metropoles.com

Com eleições próximas, CPI do MEC não deve progredir, diz Mourão

Vice-presidente avaliou que a classe política já está voltada ao calendário eleitoral e que uma investigação no Congresso não deve prosperar

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/Metrópoles
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, o General Mourão - Metrópoles
1 de 1 O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, o General Mourão - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), avalia que a comissão parlamentar de inquérito (CPI) no Senado Federal para investigar o escândalo de corrupção no Ministério da Educação (MEC) não deve prosperar.

Questionado nesta segunda-feira (27/6) sobre o funcionamento da CPI, Mourão respondeu:

“Acho complicado, porque está todo mundo pensando em eleição, não é? Mais aí três meses tem essa eleição. Então, eu acho que falta tempo para isso aí progredir. Acho também que não vai para frente”.

No fim da semana passada, o requerimento para instalação do colegiado obteve o número mínimo de assinaturas necessárias.

Encabeçada pelo líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a CPI do MEC busca investigar supostas fraudes cometidas na pasta durante a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro – preso pela Polícia Federal na quarta-feira (22/6), acusado de tráfico de influência, advocacia administrativa, prevaricação e corrupção passiva.

O senador tentava, desde março, conseguir as 27 assinaturas mínimas necessárias para que o presidente da Casa Alta, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decida sobre a instalação do colegiado. A prisão do ex-ministro deu fôlego à oposição para tirar a CPI do papel.

Nesta segunda, o vice-presidente ainda julgou que a prisão do ex-ministro não deve prejudicar a campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). O general afirmou que a prisão foi “algo um tanto quanto apressado” e havia “indícios fracos” de prováveis crimes para embasar a medida.

Prisão de Milton Ribeiro

Polícia Federal prendeu preventivamente o ex-ministro da Educação, na última quarta-feira (22/6), em operação que investiga esquema de corrupção envolvendo pastores evangélicos durante a gestão dele à frente do MEC. Na quinta-feira (23/6), Ribeiro conseguiu habeas corpus para ser solto.

14 imagens
“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, afirma Ribeiro em conversa gravada. “A minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, declarou o ex-ministro
Ministério da Educação (MEC)
No meio do suposto esquema de propina estão os pastores Gilmar Santos, Arilton Moura e o agora ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. De acordo com a denúncia, Santos e Moura, que não têm cargos públicos, controlavam a agenda de Ribeiro e atendiam às demandas de prefeituras que pagavam propina para conseguir a liberação de recursos
A manobra ocorria da seguinte forma: os pastores participavam de agendas da pasta acompanhados de dezenas de prefeitos e exigiam pagamentos entre R$ 15 e R$ 40 mil para liberar o repasse de verbas. Vários municípios cujos prefeitos participavam das reuniões, conseguiam as verbas semanas depois
No fim de março, dias após a mídia noticiar o suposto esquema, Gilberto Braga (PSDB), prefeito de Luís Domingues (MA), afirmou que Moura cobrou R$ 15 mil, mais um quilo de ouro, para dar andamento às demandas da prefeitura
1 de 14

Recentemente, um áudio em que Milton Ribeiro afirma priorizar repasses da Educação a determinadas prefeituras a pedido do presidente Bolsonaro ganhou o noticiário. Apesar de, logo em seguida, negar a existência de irregularidades bem como o envolvimento de Bolsonaro, Ribeiro passou a ser objeto de pedidos de investigação

Reprodução/Instagram
2 de 14

“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, afirma Ribeiro em conversa gravada. “A minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, declarou o ex-ministro

Isac Nóbrega/PR
3 de 14

Ministério da Educação (MEC)

Marcelo Camargo/Agência Brasil
4 de 14

No meio do suposto esquema de propina estão os pastores Gilmar Santos, Arilton Moura e o agora ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. De acordo com a denúncia, Santos e Moura, que não têm cargos públicos, controlavam a agenda de Ribeiro e atendiam às demandas de prefeituras que pagavam propina para conseguir a liberação de recursos

Rafaela Felicciano/Metrópoles
5 de 14

A manobra ocorria da seguinte forma: os pastores participavam de agendas da pasta acompanhados de dezenas de prefeitos e exigiam pagamentos entre R$ 15 e R$ 40 mil para liberar o repasse de verbas. Vários municípios cujos prefeitos participavam das reuniões, conseguiam as verbas semanas depois

Instagram
6 de 14

No fim de março, dias após a mídia noticiar o suposto esquema, Gilberto Braga (PSDB), prefeito de Luís Domingues (MA), afirmou que Moura cobrou R$ 15 mil, mais um quilo de ouro, para dar andamento às demandas da prefeitura

Igo Estrela/Metrópoles
7 de 14

Pouco tempo depois, outras denúncias começaram a surgir. Dessa vez, o prefeito de Bonfinópolis (GO), Kelton Pinheiro, revelou que Arilton Moura pediu R$ 15 mil, além de compras de Bíblias, para “ajudar na construção da igreja”

Pixabay
8 de 14

O prefeito de Bonfinópolis, revelou ainda que os envolvidos chegaram a oferecer abatimento de 50% na propina para liberação de verbas para escolas. Segundo ele, os valores eram fixados de acordo com o grau de proximidade. Caso fossem “conhecidos” de alguns dos pastores, o valor da propina era apresentado “com desconto”

Reprodução/Instagram
9 de 14

Ministério da Educação

Rafaela Felicciano/Metrópoles
10 de 14

Rafaela Felicciano/Metrópoles
11 de 14

Agora, a Comissão de Educação do Senado Federal ouviu prefeitos que testemunharam o suposto esquema de favorecimento e o presidente do colegiado, Marcelo Castro (MDB-PI), pediu cautela antes de defender que seja instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)

Geraldo Magela/Agência Senado
12 de 14

Segundo Castro, a comissão quer “cumprir algumas etapas” antes de proceder com a defesa de uma CPI para apurar os episódios envolvendo a pasta

Geraldo Magela/Agência Senado
13 de 14

Entre elas, estão a realização de oitivas com o presidente do FNDE, Marcelo Lopes da Ponte, além do ministro interino da Educação, Victor Godoy Veiga, Milton Ribeiro, e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, acusados de atuar como lobistas no ministério

Edilson Rodrigues/Agência Senado
14 de 14

Segundo o jornal O Globo, os pastores perceberam as portas do Executivo abertas muito antes de Ribeiro assumir o MEC. Eles, na verdade, se envolveram com o governo Bolsonaro graças ao deputado João Campos (Republicanos), que é pastor da Assembleia de Deus. A partir disso, se aproximaram do atual presidente e conquistaram espaço

Reprodução

A operação apura suposto esquema de favorecimento em liberação de verbas do MEC para prefeituras ligadas aos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, ambos integrantes da Assembleia de Deus e sem nenhum cargo na pasta. Os dois também são alvo de investigação da PF.

A atuação incluiria pedidos de propina de um líder religioso a um prefeito para facilitar acesso a recursos da pasta. Para acelerar a liberação de verba do fundo orçamentário do ministério, o pastor Arilton Moura teria solicitado R$ 15 mil e 1 kg de ouro ao prefeito do município de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB).

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?