metropoles.com

Com amplo apoio, anistia a partidos é aprovada na CCJ da Câmara

PEC da Anistia prevê perdão às multas de partidos que cometeram irregularidades nas cotas na eleição de 22. Texto deve passar por comissão

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Augusto Tenório/Metrópoles
Reunião deliberativa da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados
1 de 1 Reunião deliberativa da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados - Foto: Augusto Tenório/Metrópoles

A anistia geral para partidos com irregularidades na cota de sexo e raça, prevista na Lei Eleitoral nas últimas eleições, foi aprovada, nesta terça-feira (17/5), na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados. Agora, a PEC nº 9/2023 deverá passar por uma comissão especial antes de ser submetida ao plenário.

O texto foi aprovado na Comissão com 45 votos favoráveis e 10 contrários. No total, 55 deputados estavam presentes na reunião. Veja como orientaram os partidos na CCJ:

  • PL orientou favoravelmente;
  • PT-PCdoB-PV orientou favoravelmente, alegando não haver compromisso com aprovação na comissão especial devido ao mérito;
  • União Brasil liberou;
  • PP orientou favoravelmente;
  • MDB orientou favoravelmente;
  • Republicanos orientou favoravelmente;
  • PSD orientou favoravelmente;
  • PSDB-Cidadania liberou;
  • PDT liberou;
  • PSol-Rede orientou contra;
  • Avante orientou favoravelmente;
  • Solidariedade liberou;
  • PSB orientou favoravelmente;
  • Podemos orientou favoravelmente;
  • Novo orientou contra;
  • Patriota liberou;
  • Maioria liberou;
  • Minoria liberou;
  • Oposição liberou;
  • Governo orientou favoravelmente;

A matéria contou, desde o nascituro até a análise da CCJ, com apoio amplo de partidos, da oposição à base governista. O texto é de autoria de Paulo Magalhães (PSD-BA), mas recebeu assinaturas de coautoria de deputados do PT, PL, Republicanos, Podemos, PP, PV, MDB, PSol, Avante, PSDB e União Brasil. O apoio governista colocou as lideranças da Câmara em lado oposto à postura de parte do Conselhão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Apesar de Chico Alencar (PSol-RJ) subscrever a matéria, ele a criticou na reunião, considerando-a inconstitucional. Tarcísio Motta (PSol-RJ) classifica a PEC da Anistia como “vergonhosa”. Ele aponta que, além de anistiar as legendas pelo descumprimento de cotas, isenta de multas os partidos com registro de uso irregular do fundo eleitoral. O Novo, representado por Adriana Ventura (SP), também se posicionou contra.

“Ninguém quer modificar a cota, mas a anistia pelo transtorno que a PEC 117 trouxe na eleição do ano passado. Não obedeceu o princípio constitucional da anuidade. (…) Ela também não trouxe norma complementar e não estabelece se o cumprimento de execução seria em nível de estado ou nacional”, comentou Éder Mauro (PL-PA).

Presidente do PT e representante da legenda na CCJ, Gleisi Hoffmann defendeu a aprovação da PEC. Ela reconhece problemas no conteúdo, mas quer aprovar sua constitucionalidade como forma de ajustar o texto com emendas a serem apresentadas na comissão especial. O posicionamento favorável da deputada incomodou parlamentares aliadas, ouvidas sob reserva sob alegação de constrangimento, pelo Metrópoles.

“Temos objeções quanto ao conteúdo, teremos a comissão especial para propor emendas. Hoje temos a cota de gênero na lei, mas as étnicas não estão na lei, estão numa resolução do TSE. A PEC pode ser a oportunidade para constitucionalizar as cotas, que precisam estar na constituição. O PT tem compromisso com a política de cotas”, comentou.

Gleisi também defendeu a adoção de medidas como: perda de mandato de homens e substituição por mulheres em casos de descumprimentos das regras de cotas, estabelecimento de um número mínimo de deputadas entre as 513 vagas e revisão do sistema de autodeclaração étnico-racial. A presidente do PT garantiu a apresentação de emendas para atender essas demandas.

A petista também defendeu a anistia, alegando que as multas por irregularidades são muito altas e inviabilizam os partidos. A tese de a PEC ser uma oportunidade de constitucionalizar as cotas foi rebatida por Sâmia Bonfim (PSOL-SP). “Há uma infinidade de projetos de lei e PECs nesse sentido. A PEC 9 aprofunda esse problema”, comentou a parlamentar.

Kim Kataguiri (União-SP) disse rejeitar cotas em financiamento, concursos públicos ou em outras concorrências, mas se posicionou contra a anistia. “Os partidos precisam cumprir. Os próprios partidos da esquerda, retirando o PSol, que são favoráveis às cotas, descumprem a lei e encontram a solução na anistia. (…) Não são somente multas relacionadas às cotas, mas ilegalidades nas prestações de contas”, apontou o parlamentar.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?