Coaf apontou “movimentações suspeitas” de candidato do PSL em Minas
Relatório indica “características de burla da identificação da origem e do destino” de valores que Celton Rocha Mesquita movimentou
atualizado
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O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou, em relatório, “movimentação suspeita”, em 2017, em conta poupança ligada ao empresário Celton Rocha Mesquita. Ele foi candidato a deputado estadual, em 2018, pelo PSL em Minas. No documento, o Coaf afirma que o caso foi reportado, “pois trata-se de movimentação suspeita com características de burla da identificação da origem e do destino com agravante de serviços prestados a órgãos públicos”.
Em outubro de 2018, Celton Mesquita recebeu 13.493 votos e não foi eleito. O empresário filiou-se ao PSL em 7 de abril do ano passado. Ele já havia tentado os cargos de vereador em Belo Horizonte, pelo PTN, em 2016, e de deputado federal, pelo PT do B, em 2014. Em ambas as eleições, Celton Mesquita ficou como suplente.
A conta ligada ao empresário, controlador da Apherphil Vigilância, foi relatada pelo banco Santander ao Coaf em maio de 2018. Segundo o relatório, a conta poupança foi aberta por ele em dezembro de 2014 para uma filha menor de idade.
O Coaf relatou que, “desde a abertura da conta, os créditos totalizaram R$ 1,7 MM”. Foram sacados, segundo o Conselho, R$ 700 mil por Celton Mesquita e foram devolvidos para sua empresa R$ 738,7 mil.
“Verificamos que o cliente é correntista, mas utiliza a conta da filha para movimentar recursos de sua empresa Aperphil Vigilância Ltda Me, que também possui conta no Santander. O que causa estranheza é que os recursos ingressados provêm de transferências da empresa Aperphil Vigilância sendo uma parte sacada e a outra devolvida para a própria empresa tanto no Santander como Teds (Transferência Eletrônica Disponível) para o Itaú”, indicou o relatório.
O Conselho afirmou que a “Aperphil Vigilância presta serviços de segurança armada nas dependências dos Museus Regionais de Minas Gerais”. A empresa foi aberta, de acordo com a Receita, em 15 de outubro de 2007.
O relatório descreve movimentações entre 16 de janeiro de 2015 e 30 de março de 2017. Segundo o Coaf, a “origem de R$ 1.755.640,00” é composta por dois depósitos em espécie de R$ 64 mil, depósitos em cheques de R$ 33,6 mil, transferências de R$ 1,6 milhão da Aperphil Vigilância.
Já o destino de R$ 1.760.741,00 é dividido em: 58 saques de R$ 698,5 mil para o próprio empresário, compras a débito no valor de R$ 16,7 mil, transferências de R$ 391 mil – para a Aperphil Vigilancia (R$ 177,3 mil), para ele (R$ 10 mil) e para terceiros (R$ 140 mil) – e Teds de R$ 654,4 mil – a mais alta para a sua empresa, R$ 561,4 mil.
De acordo com o Conselho, Celton Mesquita declarou ao banco uma renda de mensal de R$ 25 mil. O empresário relatou um faturamento anual de R$ 8,4 milhões da Aperphil.
O documento do Coaf registrou uma movimentação de R$ 2,5 milhões entre 28 de março de 2017 e 23 de junho de 2017. O Conselho apontou um recebimento de R$ 1.276.331,00, divididos em R$ 372,4 mil de Furnas Centrais Elétricas, R$ 33,6 mil da Fundação Nacional do Índio (Funai), R$ 26,2 mil do então Ministério da Fazenda, R$ 111,8 mil da Justiça Federal de Primeiro Grau em Minas, R$ 59 mil do Instituto Federal Educação Ciência Tecnologia Sul Minas Gerais (IF Sul de Minas), R$ 69,5 mil do Instituto Brasileiro De Museus (Ibram), R$ 460,3 mil da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre outros.
O Conselho apontou que o destino de R$ 1.273.669,00 foram divididos em saques de R$ 118,3 mil, pagamento de contas de R$ 213,2 mil e transferências de R$ 516,3 mil e Teds de R$ 421,8 mil, entre outros.
Com a palavra, Celton Rocha Mesquita
A reportagem ligou para a Aperphil Vigilância durante toda a semana. O espaço está aberto para manifestação.