Cloroquina poderia ter salvado 40 mil vidas, diz Bolsonaro, sem citar fonte
Declaração do presidente foi feita durante audiência com o grupo “Médicos pela Vida”. Remédio não tem eficácia comprovada para Covid-19
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira (8/9), sem apresentar dados para comprovar a tese, que a hidroxicloroquina poderia ter salvo até um terço do total das 120 mil mortes acumuladas em decorrência da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Por esse cálculo sem fonte, cerca de 40 mil vidas teriam sido salvas.
A declaração foi dada durante audiência com médicos que defendem o uso do remédio no combate à Covid-19, apesar de a substância não ter eficácia comprovada cientificamente.
Sem citar quais, Bolsonaro disse que teve acesso a “alguns estudos” que mostram que a cloroquina “pode, sim, evitar que pessoas sejam levadas à UTI ou até mesmo intubadas”. Ele ainda disse que está com “pecha de genocida” por defender a cloroquina.
“E, pelo que tudo indica, os estudos que chegam a meu conhecimento, o número de óbitos poderiam (sic) ser evitados em até 30%. […] Isso demonstra que, se for verdade – parece que sim – 30% de pouco mais de 120 mil, daria quase 40 mil pessoas que poderiam ter suas vidas preservadas. Mas parece que no Brasil isso foi politizado”, disse o presidente, sem apresentar qualquer dado concreto.
De acordo com o último boletim das secretarias de Saúde do Brasil, o país acumula 126.960 óbitos e 4.147.794 casos confirmados pelo novo coronavírus.