metropoles.com

Citação de empresa liga Lobão a ex-presidente da Eletronuclear

A delação do ex-executivo da Camargo embasa um inquérito contra o ex-ministro aberto pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Marcelo Camargo/Agência Brasil
edison lobão
1 de 1 edison lobão - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Duas empresas apontadas como de fachada pelas investigações da Lava Jato ligam o ministro de Minas e Energia nos governos Lula e Dilma, Edison Lobão (PMDB), ao ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, preso novamente nesta quarta-feira (6/7), no Rio de Janeiro pela Polícia Federal, durante a Operação Pripyat.

A AP Energy, citada na delação premiada do ex-diretor da Camargo Corrêa Luiz Carlos Martins como responsável por repassar propina a Lobão, aparece na quebra de sigilo da Link Projetos e Participações que, segundo o Ministério Público Federal, foi utilizada para repassar vantagens indevidas ao ex-presidente da Eletronuclear.

A delação do ex-executivo da Camargo embasa um inquérito contra o ex-ministro aberto pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

No pedido que originou a primeira prisão de Othon, em julho de 2015, o MPF afirmou que existiam “evidências de que a Link Projetos e Participações foi efetivamente utilizada pela Engevix Engenharia apenas para repassar vantagens indevidas ao investigado, não tendo prestado quaisquer serviços”.

Transações
Na quebra de sigilo da Link, o MPF detalha 88 transações financeiras com a AP Energy entre 2010 e 2014. No total, as movimentações bancárias somam R$ 2,1 milhões.

Para os investigadores, tanto a Link como a AP Energy existem apenas no papel e eram utilizadas para escoar propina. A primeira tem como sócio o empresário Victor Sérgio Colavitti. Após a 16.ª fase da Lava Jato, em que a empresa foi alvo, Colavitti assinou um acordo de delação premiada e assumiu ter firmado contratos fictícios com a Engevix com o objetivo de mascarar os repasses para a Aratec Consultoria, em nome da filha e do genro de Othon.

Ele declarou ter pago R$ 765 mil para a Aratec no mesmo período em que foram identificadas as movimentações relacionadas à AP Energy.

A empresa de Colavitti integra um núcleo formado por ao menos outras três companhias suspeitas de firmar contratos fictícios com empreiteiras. A finalidade destes contratos, segundo afirmam os procuradores, seria “esquentar” a propina endereçada a agentes públicos.

Ex-ministro
Além da delação sobre a propina destinada à Lobão via AP Energy, outros depoimentos reunidos pela Lava Jato apontam para atuação do ex-ministro em desvios em obras do setor elétrico. Entre eles está a delação de Flávio Barra, ex-executivo da Andrade Gutierrez, que relatou pedido do presidente da UTC, Ricardo Pessoa, “em nome de Lobão”, para que empresários doassem ao PMDB. O pedido, disse o delator, ocorreu durante reunião de empreiteiros sobre as obras de Angra 3.

Eletrobras
A Eletrobras solicitou ingresso como assistente de acusação na ação em curso na 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro contra o ex-presidente da subsidiária Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva e outros, segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A empresa ainda se comprometeu a cooperar com o Ministério Público Federal na entrega de dados e informações a respeito das pessoas investigadas no âmbito da Operação Pripyat. “Na qualidade de vítima, e com a finalidade de obter título executivo que permita ser compensada dos eventuais danos decorrentes dos ilícitos apontados pela acusação, (a Eletrobras) aderiu à pretensão punitiva do Ministério Público Federal, requerendo a condenação dos réus nos termos da denúncia”, informou a empresa no documento.

O comunicado ressalta os mandados de prisão cumpridos pela Polícia Federal na Operação Pripyat contra os ex-diretores da subsidiária, Othon Pinheiro da Silva e Pérsio José Gomes Jardini, e os funcionários Luiz Antônio de Amorim Soares, Edno Negrini, Luiz Manuel Amaral Mesias e José Eduardo Brayner Costa Mattos, que já haviam sido afastados por decisão do conselho de administração.

Além disso, Pedro Figueiredo, então presidente da Eletronuclear, foi afastado a partir de quarta-feira (6) do cargo por decisão judicial, de acordo com o documento. “Segundo informações noticiadas pela Ministério Público Federal, o Sr. Pedro Figueiredo foi afastado para evitar que o mesmo interferisse nas investigações em curso”, esclareceu a Eletrobras.

Defesas
O advogado de Colavitti não respondeu ao contatos da reportagem. O advogado de Edison Lobão, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que as delações citadas são genéricas e desprovidas de sentido. Sobre a AP Energy, o advogado informou que Lobão “sequer conhece a empresa”. A reportagem não encontrou os sócios da AP Energy nos telefones em nome da empresa.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?