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Ciro rebate reclamações do mercado e diz que seu patrão “é o povo”

“Não dá para servir a dois senhores”, afirmou o pedetista ao citar a Bíblia durante sabatina em canal de TV

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Ciro Gomes em evento, rodeado por pessoas, sorri. Ele usa terno e ao fundo, é possível ver parte da bandeira do Brasil - Metrópoles
1 de 1 Ciro Gomes em evento, rodeado por pessoas, sorri. Ele usa terno e ao fundo, é possível ver parte da bandeira do Brasil - Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, rebateu nesta terça-feira (21/8) reclamações feitas por setores do empresariado contra suas ideias. Em sabatina feita pela RecordTV, o pedetista declarou que seu patrão “é o povo”, mas afirmou entender as demandas do mercado.

“A Bíblia dá o ensino de que não dá para servir a dois senhores. Se você se der a essa tarefa, não servirá bem a nenhum. Meu patrão é o povo brasileiro. Mas isso não quer dizer que eu não compreenda a importância grave das empresas”, destacou.

De acordo com o presidenciável, empresários devem entender a situação socioeconômica do país, a qual, segundo ele, piorou nos últimos três anos e também prejudica esse grupo. Os números de fechamento de lojas e de endividamento industrial, conforme informações citadas pelo pedetista, aumentaram durante o governo do presidente Michel Temer (MDB).

“Ao invés de eu falar dos 13,7 milhões de desempregados, dos 32 milhões que estão vivendo de bicos e dos 63 milhões com nomes sujos no SPC [Serviço de Proteção ao Crédito], eu vou falar dos números do empresariado”, ressaltou. “O Brasil fechou 13 mil indústrias nos últimos três anos com essa política econômica estúpida do MDB-PSDB. Mais de 220 mil lojas foram fechadas no Brasil. O endividamento industrial passa dos R$ 2 trilhões. Sendo que R$ 400 bilhões estão na contabilidade para crédito de provável não recuperação”, acrescentou o candidato.

Para Ciro, as reclamações contra ele são feitas por grupos especulativos: “É você ter um pedacinho do mercado que se atribui, de uma forma arrogante, o direito de tutelar a nação. É agiotagem oficial”.

Perdão só a ricos
O presidenciável voltou a defender a proposta de redução do número de endividados do país. Segundo ele, o Brasil perdoou dívidas da parcela mais rica da população nos últimos anos, mas trata como uma simples polêmica sua ideia de limpar nomes no SPC. “Nos últimos dois anos, nós dispensamos R$ 374 bilhões dos ricos. Ninguém causou polêmica alguma. Nós estamos estudando como reativar a economia brasileira. E um dos motores mais importantes é o consumo das famílias”, enfatizou.

Ciro foi questionado sobre sua atuação legislativa. Ele foi deputado federal de 2007 a 2010. Nesse período, faltou a cerca de 40% das sessões da Câmara e não apresentou nenhum projeto de lei. Como justificativa, o candidato disse que o Congresso era dominado por Temer (à época, deputado) e Eduardo Cunha (MDB-RJ). “Tive o azar de pegar a Câmara com eles”, encerrou.

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