Ciro propõe plebiscito sobre reforma da Previdência
De acordo com o presidenciável, ação deve acontecer caso o Congresso não avance no ano que vem nas discussões acerca do tema
atualizado
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O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, defendeu nesta terça-feira (14/8) que o país realize um plebiscito caso a discussão de um novo modelo de reforma da Previdência fique emperrado no Congresso Nacional. Segundo o pedetista, as barreiras são feitas por “poderosos”, como juízes, políticos e promotores. As declarações foram dadas pelo postulante ao Planalto durante sabatina promovida pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs).
A empresários de comércio e serviços, Ciro prometeu uma reforma da Previdência que atingiria privilégios desses grupos. “A reforma que precisamos vai ter de ferir privilégios. Hoje, 2% dos beneficiários levam 1/4 de tudo. Quem são eles? Juízes, políticos e promotores. Ou seja, os poderosos da República”, declarou o político.
O plebiscito ocorreria caso o impasse sobre a reforma ultrapasse seis meses em discussão por deputados e senadores. Para Ciro, a decisão popular seria um exemplo de democracia direta. “Se permanecer o impasse, vou chamar o povo para votar. Por quê? O deputado não vota contra juiz. Não há chance de ele votar contra o promotor. Não somos Noruega ou Dinamarca. Temos de ter noção disso”, pontuou o pedetista.
Ciro reconheceu que sua proposta de reforma da Previdência pode ser “polêmica”. Segundo ele, o desafio seria a transição de idade dos beneficiários. “Essa selvageria que o Michel Temer propôs economizaria R$ 360 bilhões em 10 anos. Isso para reverter o déficit, que só neste ano foi de R$ 180 bilhões. Não é reforma. É um remendo de pano bom em calça puída que não aguenta mais ponto”.
Haddad
Ciro Gomes também questionou a possível presença de Fernando Haddad como representante da chapa petista em debates ao longo da campanha eleitoral. Para o pedetista, o ex-prefeito paulistano não poderia representar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos debates, já que é, até o momento, apenas o candidato a vice.
“O PT é meu adversário. Repare uma coisa: quem é o candidato à Presidência da República do PT? É o Lula. Porque o Haddad vai aos debates? Mas isso não depende de mim. O Bolsonaro poderia mandar o general, por exemplo”, disse Ciro.
Para o ex-ministro e ex-governador do Ceará, o PT é culpado por todos os impasses político-eleitorais que o Brasil enfrenta. “[Haddad e eu] Somos muito próximos. O problema não é ele. O problema é o PT, que é muito responsável por esse momento que estamos vivendo. O PT escolheu o Michel Temer.”
SPC
Sobre a proposta de limpar o nome dos brasileiros com dívidas, Ciro declarou que ela só valerá, caso ele seja eleito, apenas para quem estava no SPC até 20 de julho deste ano, dia que ele lançou a ideia. “O meu problema é que meus adversários estão copiando tudo. Quero que as pessoas discutam. Críticas para mim não são ruins, são bem-vindas. Foi a crítica que me chamou a atenção que isso não deve valer para frente e sim só para o passado, a fim de não estimular ninguém a fazer crédito e depois não pagar de propósito”, argumentou.