Ciro prega oposição construtiva a Bolsonaro: “Fiscalizar sem tréguas”
Em artigo publicado na Folha de S. Paulo, pedetista diz torcer “genuinamente” por melhoras, mas vê 2019 como “uma grande interrogação”
atualizado
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Em artigo publicado nesta terça (1º/1), no jornal Folha de S. Paulo, o candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2018 Ciro Gomes (PDT) pregou uma oposição construtiva ao governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), empossado no primeiro dia do ano em Brasília.
No texto, o pedetista disse “torcer genuinamente que as coisas possam melhorar”, mas também revelou descrença “em grandes mudanças”. “Até acho que melhorarão, ainda que modestamente”, ponderou.
“Para quem permitiu a percepção simplificada ao extremo dos problemas e se deixou ver como capaz de resolver tudo a golpes de frases feitas ou de uma radicalizada retórica que mistura moralismo com ideologia estreita… Eis as razões de meus temores”, escreveu o político. “A equipe é, para dizer o mínimo, inexperiente”.
Gomes definiu o ano de 2019 como “uma grande interrogação”. Ele criticou a falta de propostas concretas do atual mandatário da República, empossado nesta terça-feira. “Os primeiros escândalos já têm o velho tratamento de antanho”, explicou, fazendo referência à movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão por parte do motorista Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro, filho do presidente.
Nos últimos parágrafos, Gomes pregou uma oposição sem “oportunismo rasteiro e demagógico”.
“Atrair o governo para o jogo democrático, forçá-lo a atuar dentro da institucionalidade, oferecer alternativas práticas aos equívocos sem negar a complexidade dos problemas, muito menos explorar as muitas contradições derivadas da retórica tosca. A cada bobagem, uma proposta! E fiscalizar sem tréguas”, conclui.