Ciro Nogueira rebate Randolfe na CPI: “Desesperado está o senhor”
Sessão para ouvir ex-ministros da Saúde iniciou com bate-boca e questões de ordem da base aliada do governo
atualizado
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A sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid para ouvir os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich iniciou com bate-boca entre o vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o líder do Centrão, senador Ciro Nogueira (PP-PI).
Randolfe criticou as questões de ordem interpeladas pelos senadores da base aliada do governo federal que integram a comissão, sendo interrompido por Ciro.
O vice-presidente da CPI afirmou que em toda sessão a “tropa de choque atrapalhada” do governo tenta travar os trabalhos. “É toda sessão, homem. Ficam embromando, empurrando com a barriga, atrasando o serviço. Estamos com o depoente aqui esperando, plano de trabalho está consagrado. É só ler, Ciro. Bora trabalhar”, criticou.
“Ciro, o Palácio do Planalto tá tranquilo, não precisa ficar desesperado no nome deles não, homem”, disparou Randolfe ao presidente do Progressistas.
Ciro, então, respondeu: “Desesperado está o senhor. O senhor é contra votar o plano de trabalho. O senador quer encobrir o desvio dos governadores”.
Dinâmica dos trabalhos
O Senado Federal ouve, nesta terça-feira (4/5), os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. A dupla será ouvida na condição de testemunha.
A sessão teve início por volta das 10h20. O primeiro a depor será Mandetta, que estava à frente da Saúde quando a pandemia chegou ao Brasil. Ele foi demitido em abril do ano passado após divergir do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na condução da crise do coronavírus no país.
Desde o início, Mandetta se mostrou contrário ao tratamento precoce contra a Covid-19, amplamente defendido pelo chefe do Executivo, e favorável a um lockdown nacional para conter a disseminação do vírus.
Internamente, parlamentares da oposição demonstram grande expectativa com a fala de Mandetta. Os congressistas querem saber se eventuais erros cometidos no início do enfrentamento da crise sanitária acarretaram a explosão de casos registrados no país no último ano, com a situação agravada em 2021.
Às 14h, está previsto o depoimento de Nelson Teich. O ex-ministro da Saúde ficou no cargo menos de um mês também por discordar do presidente Bolsonaro sobre o uso de protocolo sem comprovação científica para tratar a doença. “Não vou manchar a minha história por causa da cloroquina”, disse Teich ao se despedir da pasta.