Ciro: “Não é mais possível, para mim, andar com o PT na política”
Em entrevista, candidato do PDT diz que o Partido dos Trabalhadores tornou-se uma “organização odienta de poder”
atualizado
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O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, afirmou nesta sexta-feira (28/9), que o PT transformou-se em uma “organização odienta” de poder e disse que não deve se aliar ao partido no segundo turno. “O PT contou comigo ao longo dos últimos 16 anos. Na medida em que eles se juntam com o Renan Calheiros, que presidiu o Senado no impeachment que eles chamam de golpe, que estão juntos no Ceará com o Eunício Oliveira, não é mais possível, para mim, andar com eles na política”, afirmou o pedetista. As declarações foram dadas em entrevista à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul.
A fala de Ciro vem depois de seguidas sinalizações de Fernando Haddad por uma composição no segundo turno. O pedetista reiterou na entrevista que tem respeito pelo “amigo Haddad”, mas que o PT “tem feito muito mal ao Brasil de um tempo para cá”.
“A Manuela d’Ávila (vice de Haddad) foi alvo de chantagem vergonhosa da burocracia do PT. Ela foi brutalmente retirada da disputa política para ser a vice. E ela estava cumprindo um papel muito bonito na pré-campanha”, afirmou. Mesmo se vier a ser convidado por Haddad a um ministério, Ciro disse que negará participar do governo. “Eu não serei ministro. Eu vou disputar minha última eleição”, disse.
Na entrevista, o pedetista negou ainda que tenha convidado Haddad para ser vice dele. Em entrevista ao jornal espanhol El País, em agosto de 2017, ele disse que esta eventual chapa seria um “dream team”. “Eu nunca o convidei, mesmo porque o PT é escorpião, só sabe ser apoiado, não quer apoiar ninguém. Eu levantei foi uma hipótese, depois de ser perguntado pela imprensa do que achava do Haddad. Ele é meu amigo. Mas em face do que ocorreu, me autorizo a dizer que com Haddad não seria tão dream team assim”, disse.
O PT e Haddad não foram os únicos elementos de crítica de Ciro. O pedetista também mirou Jair Bolsonaro (PSL), primeiro colocado nas intenções de voto no primeiro turno. Para ele, há pelo menos um terço do eleitorado que declara o voto em Bolsonaro por estarem “desorientados”. “Agora tem um micro, 16%, 15%, que nem que ele corra nu e espanque a imagem de Nossa Senhora deixa de votar no Bolsonaro”, disse. “O cidadão que sabe o que o Bolsonaro representa e vota nele mesmo assim é fascista.”
Ele se colocou ainda como uma opção de ponderação ao eleitor. “Eu tenho condições de dialogar com o centro, com a direita e com a esquerda”, disse.