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Cinco partidos avançam na criação de bloco anti-Bolsonaro na Câmara

PT, PCdoB, Psol, PSB e Rede devem confirmar a formação de bloco que reúne 107 deputados

atualizado

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Comissão especial do impeachment da Câmara dos Deputados – Bra
1 de 1 Comissão especial do impeachment da Câmara dos Deputados – Bra - Foto: null

Em reunião nesta quarta-feira (30/1), as cúpulas de cinco partidos de oposição avançaram na formação de um bloco de oposição ao governo de Jair Bolsonaro (PSL), reunindo PT, Psol, PSB, PCdoB e Rede.

As lideranças ainda dependem de conversar com as respectivas bancadas para fechar o acordo e formarem o bloco que chegará a 107 parlamentares, tamanho suficiente para ser o segundo maior da Câmara e, assim, garantir uma oposição forte e a liderança da minoria.

As reuniões com as respectivas bancadas ocorrerão nesta quinta-feira (31/1). Também, ao final da tarde, as cúpulas dos partidos voltarão a se reunir para poder bater o martelo sobre a coalisão anti-Bolsonaro.

Ainda haverá uma busca pelo PDT, partido que declarou apoio ao atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), mas que sinaliza que estará no campo da oposição ao governo federal.

“Estamos caminhando para a formação de um bloco com os cinco partidos. Avançamos muito”, disse o deputado José Guimarães (PT-CE). A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR) afirmou que a discussão sobre candidatura à presidência da Câmara ficará para esta quinta-feira.

“Avançamos no entendimento entre os partidos na disposição de formação do bloco, independentemente das candidaturas a presidente da Casa, discussão que ficará para amanhã. Acho que avançamos bastante no entendimento que esses partidos de esquerda têm um papel importante a desempenhar na Câmara dos Deputados, com o bloco conformado agora”, disse a presidente nacional do PT, ao deixar a reunião.

“Se vier o PCdoB, ficaremos com 107 deputados, o que significa que não haverá governabilidade na Câmara sem conversar”, calculou Gleisi Hoffmann.

Em princípio, as duas candidaturas ao cargo de presidente da Câmara serão mantidas: Marcelo Freixo (RJ), pelo PSol, e João Henrique Caldas (PE), conhecido como JHC, pelo PSB.

Rodizio
Para avançar na formação do bloco, todas as legendas precisaram ceder espaço e também rever posicionamentos. Os partidos estabeleceram como regra um rodízio no preenchimento de postos de liderança e nas presidências de comissões às quais o possível bloco terá direito.

As legendas calculam que poderão obter com a formação do bloco a presidência de pelo menos cinco comissões permanentes da Câmara. Estão em jogo também a liderança do bloco e a liderança da minoria. O PCdoB conta em ter um cargo na Mesa Diretora da Casa.

No pacote de concessões de cada legenda, o PT não lançou candidato e, como maior bancada, abriu mão de ter o líder do bloco. O PSol desistiu de não aceitar no grupo algum partido de apoio à candidatura da Maia, no caso, o PCdoB. Já o PSB, que lutava para atrair partidos do centro, como PP e MDB, também desistiu da ideia.

“Vários partidos fizeram sinalizações mais amplas. O que ficou foi um bloco com posições ideológicas mais de esquerda. Se a gente conseguir que o nome do Marcelo [Freixo] consiga uma votação expressiva, isso será muito importante”, disse o líder do PSol na Câmara, Ivan Valente (SP). Para ele, a adesão da Rede e do PCdoB é bem-vinda.

“Achamos importantes tanto a Rede, quando o PCdoB terem vindo, apesar do apoio a Maia. O PCdoB já tinha decidido isso e veio para discutir o bloco de esquerda. Estamos entendendo que foi um avanço”, afirmou Valente.

Freixo também acredita que as legendas conseguirão formar o bloco, vencidas as conversas internas. “A formação de um bloco de oposição a Bolsonaro, no meu entender, era o principal objetivo desde o início e acho que nisso a gente avançou hoje”, afirmou o deputado eleito. “Não tem o nome de líderes não tem o nome de um presidente. O bloco pode ter mais de um nome na disputa. Na liderança de minoria, pode haver um rodízio, cada partido ficar um determinado tempo”, detalhou.

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