Cidade no interior de SP distribui kit cloroquina a infectados com Covid-19
Governo federal enviou 1,5 mil comprimidos de hidroxicloroquina para Cajati (SP), disse o prefeito do local em entrevista ao Metrópoles
atualizado
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A Prefeitura de Cajati (SP) começou a distribuir um kit médico com hidroxicloroquina e ivermectina à população contaminada pelo novo coronavírus. Até agora, foram confirmados 961 casos na pequena cidade (28,5 mil pessoas) no interior de São Paulo.
A ação foi revelada pela coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo. Ao Metrópoles, o prefeito do município, Vavá Cordeiro (PSB), revelou ter adquirido 1,5 mil comprimidos de cloroquina do governo federal após três licitações desertarem — quando nenhum interessado participa.
“A gente recebeu 1,5 mil comprimidos e é o que está nos ajudando bastante aqui no município, hidroxicloroquina junto com o ivermectina”, afirmou o prefeito. Porém, nenhum dos dois medicamentos que compõem o kit para tratamento da Covid-19 tem eficácia cientificamente comprovada.
O prefeito cajatiense, no entanto, disse que a equipe médica da cidade confia no tratamento e está receitando os medicamentos. A medida foi autorizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que condicionou o uso da cloroquina a critério do médico e consentimento do paciente.
“Se é perigoso, não sei dizer, mas o que está dando resultado é isso”, disse Vavá, que explicou em seguida como chegou a essa conclusão: “As pessoas que estavam com Covid-19 não melhoravam. A gente acabou receitando e as pessoas que tomaram se sentiram melhor”, relatou.
A cidade registrou nos últimos dias um aumento no número de casos de Covid-19. Segundo o prefeito, isso deve ao fato de mais pessoas estarem sendo testadas.
“Teve um aumento muito grande porque a gente está testando diariamente. A gente tem três multinacionais e todas estão testando. Se deu [Covid-19] em um funcionário, já testa a família inteira. Então, é óbvio que vai aumentar”, afirmou o prefeito, que flexibilizou a quarentena.
“A gente segue o plano do governo. No começo, a gente já ia flexibilizar, mas o governo [estadual] não deixava. Eu acho assim, segurou muito no começo e soltou agora. Para mim, já era para ter flexibilizado desde o começo, não só agora”, complementou Vavá.