“Chico Rodrigues deve se licenciar e explicar o inexplicável”, diz aliado
Próximo do senador flagrado com dinheiro nas nádegas, Vanderlan Cardoso (PSD-GO) defende que ele peça saída imediata por 90 dias
atualizado
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Amigos e colegas de Senado mais próximos do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) pretendem usar o fim de semana para tentar convencê-lo a pedir licença por 90 dias do mandato.
Alguns aliados argumentam que o senador, flagrado durante uma operação da Polícia Federal com dinheiro nas nádegas, deixaria com essa decisão a instituição e os parlamentares mais próximo a ele em uma situação de menor constrangimento.
A decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, de levar a liminar ordenando o afastamento do senador para ser julgada no plenário da Corte na próxima quarta-feira (21/10) aumentou ainda mais a pressão sobre o Senado, instado a dar uma resposta mais rápida.
Some-se a isso o fato de que a saída de Chico Rodrigues seria providencial ainda para as campanhas de seus aliados nas eleições municipais. Na sexta-feira (16/10), o assunto acabou contaminando a campanha na capital de Goiás, por exemplo, gerando constrangimento para quem tem sido um aliado próximo de Chico Rodrigues: o senador Vandelan Cardoso (PSD-GO), que está na disputa pela Prefeitura de Goiânia, com o apoio do governador Ronaldo Caiado, que é do DEM, mesmo partido de Rodrigues..
“Se ele pedir para sair logo não será tão prejudicial a ele, porque quem assume é o filho. E isso evitaria um enorme constrangimento. Evitaria que o Senado fosse ainda mais exposto”, aconselhou o senador, tentando minimizar os danos da proximidade.
“Essa licença servirá para ele explicar o que, ao meu modo de ver, é inexplicável. Vai falar o quê? A maioria dos senadores e senadoras não concorda com a atitude dele de forma alguma. Isso é unanimidade. Todo mundo está indignado com essa situação. A opinião pública está cobrando que o Senado tome uma providência, e isso será feito. Tem coisa que não tem como explicar. Não tem como. Vai fazer o quê?”,
Vanderlan havia divulgado um áudio no grupo de WhatsApp que reúne os 81 senadores sobre o assunto que acabou sendo usado por seu adversário politico, o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO). Kajuru informou nas redes sociais a “defesa” que Vanderlan havia feito do amigo de Roraima.
O senador apagou o áudio em seguida e disse ter sido mal interpretado, porque sua defesa seria da instituição Senado, que ele julga ter sido desrespeitada pela decisão tomada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF, de afastar monocraticamente Chico Rodrigues do mandato.
“Não sou jurista, mas a forma que foi feito, na minha opinião, está errada”, disse Vanderlan.