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Chanceler Carlos França diz que crescimento da China é bom para Brasil

França foi questionado pelo Senado sobre acusações de Bolsonaro, que insinuou que país asiático criou coronavírus para crescer PIB

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Carlos França no Senado
1 de 1 Carlos França no Senado - Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

Um dia após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fazer acusações contra a China, o chanceler brasileiro Carlos França disse ao Senado Federal que a declaração não deve interferir nas relações comerciais com o país asiático. Ao comentar a fala do presidente sobre o aumento do PIB chinês em 2020, França disse que o crescimento econômico da China interessa ao Brasil.

“Eu penso que as relações são amplas, elas perpassam pela questão das vacinas, sim, mas elas vão além. O crescimento da China é bom para o Brasil”, disse o chanceler nesta quinta-feira (6/5) em audiência na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado.

França afirma que a parceira tende a crescer. “Eu, realmente, não tenho receio de que parceria se manterá. Eu tenho, na verdade, muita confiança de que essa parceria será cada vez maior”, completou.

Na quarta-feira (5/5), durante evento no Palácio do Planalto, Bolsonaro insinuou que a China pode ter criado o coronavírus como parte de uma “guerra química”.

“É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu porque um ser humano ingeriu um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês”, disse Bolsonaro.

Apesar de o presidente não ter citado nomes, a China foi o único país a crescer durante 2020, com um aumento de 2,3% em seu Produto Interno Bruto (PIB).

Negativas

Questionado sobre o assunto pela senadora Kátia Abreu (PP-TO), França tentou se evadir de comentar a declaração do presidente, mas, em seguida, disse que o presidente já explicou o teor de sua fala.

“Eu acho que, por definição, não me cabe comentar as declarações do presidente da República. Eu sempre digo que ele que deve comentar o que eu falo, avaliar o meu desempenho”, iniciou o chanceler.

À noite, em agenda no Rio de Janeiro, Bolsonaro negou ter se referido ao país, que é o maior parceiro comercial do Brasil.

“Eu falei a palavra China hoje de manhã? Eu não falei. Eu sei o que é guerra bacteriológica, guerra química, guerra nuclear. Eu sei porque tenho a formação. Só falei isso, mais nada. Agora ninguém fala, vocês da imprensa não falam onde nascem os vírus. Falem. Ou então têm medo de alguma coisa? Falem. A palavra China não estava no meu discurso de quase 30 minutos de hoje”, insistiu.

O chanceler, que estava com o presidente na agenda, disse que ele nunca mencionou a China e reforçou que a parceria com o país asiático é positiva e não se alterava.

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Audiência é regimental, que prevê que chanceler fale periodicamente à Comissão de Relações Exteriores (CRE).
Senadores questionam o embaixador em audiência.
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Ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França, fala ao Senado Federal.

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Audiência é regimental, que prevê que chanceler fale periodicamente à Comissão de Relações Exteriores (CRE).

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Senadores questionam o embaixador em audiência.

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Exportação do IFA

Anteriormente, o chanceler havia dito aos senadores que recebeu uma notícia positiva acerca da exportação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da China, insumo necessário para a produção de vacinas contra a Covid-19 no Brasil. Segundo ele, a exportação para o mês de maio foi autorizada.

“Hoje, eu acordei já com notícias positivas do nosso embaixador Paulo Estivallet, na China, que nos dizia que o governo chinês havia autorizado a exportação de IFA, o IFA previsto para o mês de maio. Lembrando o embaixador Estivallet que hoje, 6 de maio, é o primeiro dia útil na China”, disse o chanceler brasileiro aos senadores.

Carlos França considerou que não há nenhum problema político que atrapalhe a produção nacional de vacinas. Ele ressaltou que a relação entre China e Brasil é importante para ambos os países.

“Eu acho que não há, hoje, nenhum problema político que nessa questão permeie ou atrapalhe a nossa produção de vacinas aqui”, apontou França.

Segundo ele, o embaixador da China no Brasil recordou que 80% do IFA exportado pela China vem para o Brasil. “Eu acho que isso dá medida da importância estratégica que a relação tem, não só da importância que a China tem para o Brasil, mas eu sempre gosto de dizer também da importância que o Brasil tem para a China. Somos grandes parceiros e não há razão para que deixemos de ser”, afirmou.

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