Cerimonial faz suspense sobre quem passará a faixa para Lula
Alternativas, como a linha de sucessão presidencial e ato simbólico com representantes da sociedade civil, estão sendo avaliadas
atualizado
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A transferência da faixa presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda é questão de debate entre a equipe do cerimonial responsável pela posse que ocorrerá dia 1º de janeiro. De acordo com o futuro líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), as normas envolvendo a sucessão presidencial e um possível rito alternativo, com a sociedade civil, estão sendo avaliadas.
“Estamos avaliando as normas envolvendo a sucessão e a faixa. Se deve ser na ordem constitucional da sucessão presidencial. Caso não haja empecilho, planejamos uma transferência simbólica envolvendo representantes da sociedade civil”, afirmou o senador.
As dúvidas do cerimonial estão em linha com um decreto feito pelo ex-presidente Emílio Garrastazu Médici, em 1972. “Receberá de seu antecessor a faixa presidencial”, diz o trecho. Apesar do decreto, não há uma obrigação constitucional para o rito.
Jair Bolsonaro (PL) não foi o único a se recusar a transferir o adereço. O ex-presidente João Baptista Figueiredo não passou a faixa para José Sarney.
Outros petistas também afirmam que é estudada a transferência por representantes da diversidade civil, mas não há mais detalhes de como se daria esse rito inédito, apenas que seria feito por mulheres, negros, indígenas e trabalhadores. Existe, ainda, a chance de a faixa ser entregue por crianças.
Se respeitada a linha de sucessão, como diz o decreto de Médici, os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), podem ser os responsáveis pelo ato, já que o vice-presidente Hamilton Mourão não mostrou interesse em cumprir o rito.
O futuro líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), explicou que Pacheco e Lira se colocaram à disposição para a passagem de faixa.
A militância petista defende que a passagem seja pela ex-presidente Dilma Rousseff, como um ato de “reparação histórica” devido ao impeachment de 2016. Porém, a proposta não foi cogitada por aliados ou por Lula.