metropoles.com

CCJ sabatina André Mendonça em teste de força para Bolsonaro no Senado

Tendência é de que nome do ex-AGU seja aprovado pelo colegiado e vá ao plenário, onde aprovação é tida como incerta pelos parlamentares

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/Metrópoles
André Mendonça
1 de 1 André Mendonça - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal realiza, na manhã desta quarta-feira (1º/12), a sabatina do ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União, André Mendonça – indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) aberta com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello.

A apreciação do nome indicado por Bolsonaro ocorre após pouco mais de quatro meses de espera e quedas de braço entre governistas, membros da CCJ e o presidente do colegiado, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Pessoalmente contra a indicação de Mendonça, o senador amapaense tentava travar a realização da sabatina desde 13 de julho, quando o presidente da República divulgou o desejo de ver o advogado “terrivelmente evangélico” sentado na cadeira de ministro da Suprema Corte.

7 imagens
André Mendonça e Augusto Aras
André Mendonça e Jair Bolsonaro em cerimônia no Palácio do Planalto
André Medonça, indicado do presidente Jair Bolsonaro ao STF
André Mendonça é ex-ministro da Advocacia-Geral da União e indicado de Bolsonaro ao STF
1 de 7

André Mendonça foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para uma vaga de ministro no STF

Igo Estrela/Metrópoles
2 de 7

André Mendonça e Augusto Aras

Igo Estrela/Metrópoles
3 de 7

Igo Estrela/Metrópoles
4 de 7

André Mendonça e Jair Bolsonaro em cerimônia no Palácio do Planalto

Rafaela Felicciano/Metrópoles
5 de 7

André Medonça, indicado do presidente Jair Bolsonaro ao STF

Igo Estrela/Metrópoles
6 de 7

André Mendonça é ex-ministro da Advocacia-Geral da União e indicado de Bolsonaro ao STF

Rafaela Felicciano/Metrópoles
7 de 7

André Mendonça foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro ao STF em julho

Marcos Oliveira/Agência Senado

O ex-presidente do Senado nunca escondeu seu desapreço pelo nome escolhido por Bolsonaro. Se dependesse do senador amapaense, o procurador-geral da República, Augusto Aras, é quem deveria estar sendo sabatinado nesta manhã. A indicação de Mendonça, no entanto, partiu da promessa feita por Bolsonaro a eleitores de que indicaria um ministro evangélico ao STF.

A demora para marcar a sabatina surtiu efeito oposto ao desejado por Alcolumbre, que passou a ser publicamente cobrado nas sessões da CCJ pelos membros da comissão. Outro fator a pesar contra o senador foi a decisão do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de comunicar aos senadores a realização de uma semana de esforço concentrado para destravar as sabatinas.

A “força-tarefa”, marcada para ocorrer entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro, visa justamente destravar e dar celeridade às sabatinas que foram engavetadas com a suspensão das atividades da comissão mais importante da Casa, em razão das restrições impostas pela pandemia. Estima-se que 48 nomes indicados a cargos públicos ainda aguardam serem sabatinados no Senado.

Relatório

A indicação de André Mendonça para vaga de ministro do STF será relatada na CCJ pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).

No relatório, ao qual o Metrópoles teve acesso, a parlamentar, que é evangélica, afirma que pelo fato de Mendonça ser descrito como “terrivelmente evangélico” recaem sobre o indicado “grandes responsabilidades e compromissos para com o Estado laico e a democracia”.

“Temas que serão o centro da inquirição que faremos, a qual tende a ser histórica. Um momento importante para afirmar princípios republicanos e também para superar preconceitos, muitos deles artificiais e reforçados por falas enviesadas do próprio presidente da República”, defendeu a senadora no texto.

A senadora do Cidadania também defende, no relatório, que André Mendonça “honrou a administração pública como servidor dedicado e diligente, e constata-se o seu notório saber jurídico e reputação ilibada, atendendo aos requisitos constitucionais previstos”.

Estratégia

Impossibilitado de manter o nome do advogado “na geladeira”, Alcolumbre passou a trabalhar nos bastidores para ampliar a rejeição do ex-ministro de Bolsonaro na CCJ e no plenário. O esforço, no entanto, não deverá surtir efeito na comissão.

Consulta do Metrópoles a membros do colegiado aponta que o ex-AGU provavelmente conseguirá os 14 votos necessários para aprovação. Em plenário, o advogado terá de conquistar o apoio de 41 dos 81 parlamentares. Hoje, Alcolumbre calcula que Mendonça receberá entre 47 e 50 votos contrários, o que inviabilizaria sua condução ao STF.

A resistência de Davi Alcolumbre para pautar a sabatina do ex-ministro de Bolsonaro decorre de uma questão pessoal, o que levou alguns senadores que se manifestavam nos bastidores contra a indicação a reavaliar o posicionamento, mas não necessariamente a mudar de posição.

Senadores e auxiliares relatam que a estratégia de Alcolumbre para segurar ao máximo a sabatina de Mendonça surtiu efeito contrário ao desejado pelo amapaense. Se a vontade do ex-presidente do Senado era ampliar a rejeição dos colegas parlamentares ao evangélico, o cenário, hoje, é o oposto. Senadores que votariam contra a indicação em um primeiro momento, agora, se mostram mais flexíveis ao nome sabatinado.

Parlamentares avaliam que, ao comprar briga com o governo recusando-se a pautar a sabatina, Alcolumbre entrou na mira de governistas que, antes, torciam o nariz para Mendonça. O panorama é de que há senadores que votarão a favor do ex-AGU apenas para “derrotar” o senador do DEM.

Perfil

Natural de Santos (SP), André Mendonça é advogado da União desde 2000, foi assessor especial do ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, de 2016 a 2018, e ministro da Justiça e Segurança Pública, de 2020 a 2021. Está em sua segunda passagem pelo cargo de advogado-geral da União na gestão de Bolsonaro.

O presidente Bolsonaro havia firmado compromisso de designar alguém “terrivelmente evangélico” para a Corte. Mendonça é bacharel em teologia, pastor e frequentador da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília. Integrantes da bancada evangélica no Congresso davam como certa a indicação.

Segundo Bolsonaro, ele é “uma pessoa que vai nos orgulhar”. “E não tem negociação desse cargo. A indicação, pela Constituição, pertence ao presidente da República. E ele vai defender o Brasil dentro do Supremo Tribunal Federal.”

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?