metropoles.com

CCJ retoma nesta quinta (13) debate sobre denúncia contra Temer

O presidente da Comissão, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), prevê que a votação do relatório na comissão ocorra até o fim desta noite

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
sergio zveiter ccj da câmara
1 de 1 sergio zveiter ccj da câmara - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Após 40 minutos de pausa para o almoço, a sessão para votar o relatório da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados foi retomada por volta das 15h20 desta quinta-feira (13/7). Ainda estão inscritos dois parlamentares favoráveis e dois contrários ao parecer do relator: pela manhã, aliados de Temer abriram mão de suas falas e 39 oposicionistas puderam se pronunciar.

Terminadas as falas previstas para essa tarde, partidos e bancadas farão a orientação de voto dos parlamentares e os integrantes da CCJ começarão a votar pela admissibilidade ou rejeição da denúncia. O quórum para votação é de maioria simples dos presentes. A votação será nominal e não haverá chamada individual dos deputados.

9 imagens
CCJ da Câmara dos Deputados
Antonio Cláudio Mariz, advogado de Temer
Sergio Zveiter e Antonio Cláudio Mariz de Oliveira
Sergio Zveiter e Antonio Cláudio Mariz de Oliveira
Antonio Cláudio Mariz
1 de 9

Sergio Zveiter (PMDB-RJ), primeiro relator da denúncia contra Michel Temer, pediu prosseguimento das investigações

Michael Melo/Metrópoles
2 de 9

CCJ da Câmara dos Deputados

Michael Melo/Metrópoles
3 de 9

Antonio Cláudio Mariz, advogado de Temer

Michael Melo/Metrópoles
4 de 9

Sergio Zveiter e Antonio Cláudio Mariz de Oliveira

Michael Melo/Metrópoles
5 de 9

Sergio Zveiter e Antonio Cláudio Mariz de Oliveira

Michael Melo/Metrópoles
6 de 9

Antonio Cláudio Mariz

Michael Melo/Metrópoles
7 de 9

Alberto Fraga (DEM) é o novo presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara

Michael Melo/Metrópoles
8 de 9

A deputada federal Erika Kokay (PT) é a única parlamentar do DF no Congresso Nacional

Michael Melo/Metrópoles
9 de 9

Deputado Rogério Rosso (PSD-DF), titular do colegiado, participou ativamente dos debates

Michael Melo/Metrópoles

Durante o intervalo, em entrevista aos jornalistas, um dos principais integrantes da “tropa de choque” do governo Temer, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), disse que a base aliada já pensa em cancelar o recesso parlamentar do Legislativo para garantir a votação da denúncia contra o presidente no plenário.

“Se for preciso, que cancele o recesso. Oposição precisa cancelar as férias, a ida para a praia para votar . Adia a ida para resolvermos isso. A responsabilidade de conseguir votos para tirar o presidente de onde ele está é deles (da oposição)”, afirmou Marun.

Também para os jornalistas o relator do caso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, Sergio Zveiter (PMDB-RJ), criticou, em tom de derrota, as diversas trocas de integrantes do colegiado feitas pela base governista, a fim de votar contra a admissão da denúncia contra o presidente.

“Ainda estou focado no andamento do processo porque o resultado aqui na comissão não é o definitivo. O plenário que vai decidir. Como houve essa manipulação, vamos continuar acompanhando”, declarou Zveiter, que descartou a chance de pedir para deixar o PMDB. “Tenho certeza absoluta que, se não fiz o melhor, fiz o máximo para honrar o cargo de deputado.”

Zveiter usou parte de seu tempo de fala na tarde desta quinta-feira (13/7) para se defender de acusações feitas por parlamentares da base do governo federal. Em um discurso duro, após concluída a fase de declarações de votos dos integrantes da CCJ, Zveiter disse ser vítima de discriminação por ser o único judeu da Casa.

“Fui chamado de vagabundo, imbecil. Não reconheço os xingamentos. Só que ontem, na sessão plenária, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) me acusou de ter feito apologia ao nazismo. Durante a minha relatoria, além de ter cumprido todas as etapa, relevei surtos de parlamentares que me xingaram”, ressaltou o relator. “Fez isso sob o véu da imunidade parlamentar. Se alguém fez apologia ao nazismo foi o próprio Perondi”, acusou.

O relator destacou que nenhuma das ofensas o faria se acovardar, “jogando para baixo do tapete” as denúncias contra o presidente Temer. “Em alto e bom tom, digo que voto pela admissibilidade da acusação e deferimento para o STF investigar, na certeza absoluta que essa derrota artificial que ocorre pelos cargos oferecidos e liberação de emendas não vai ter respaldo no plenário da Câmara”, disse, concluindo sua réplica.

Depois dele, o advogado de defesa de Temer, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, pôde se manifestar novamente. Uma das estratégias adotadas pelos defensores é questionar as gravações feitas por Joesley Batista, dono da JBS e delator que envolveu Temer e assessores próximos nas denúncias de corrupção. “Vossas excelências terão a oportunidade de analisar as gravações. Há 294 interrupções”, destacou o advogado do presidente. “Façam justiça ao presidente e não aceitem essa denúncia.”

Punição
O PMDB, partido também de Temer, decidiu na quarta que os deputados da legenda que votarem a favor do relatório poderão ser punidos. Ameaça que não intimidou o relator, que manteve seu voto pela admissibilidade da denúncia.

“Quem traiu o PMDB não fui eu. A história vai mostrar que muitos daqueles que estão hoje frequentando o palácio, aceitando cargos, já estão pensando no futuro que possa acontecer caso aprovada essa ou as outras denúncias”, acusou. “Não jogo dos dois lados. Assumi uma posição e sustentei. Agora cabe ao plenário”, acrescentou Zveiter.

De acordo com o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), os oposicionistas preparam um manifesto em apoio ao relatório do peemedebista. “Queremos que a denúncia prossiga, queremos que Temer responda na Justiça. Seja qual for o resultado aqui, o governo já perdeu, porque precisou trocar os membros (da CCJ) para manipular a votação, isso às custas da população, com liberação de emendas, distribuição de cargos”, afirmou o opositor.

Segundo Molon, um eventual resultado favorável na CCJ dificulta resultados favoráveis no plenário. “Nossa estratégia para o plenário será de não garantir quórum em sessão esvaziada para favorecer Temer. Queremos os 513 deputados votando”, concluiu. Já o deputado Beto Mansur (PSDB-SP), integrante da base, previu vitória dos governistas na Câmara. O tucano estimou 41 votos favoráveis na CCJ. No plenário, onde há 513 deputados, ele esboçou 264 votos contra a denúncia.

Próximas etapas
Anunciado o resultado, caso o parecer de Zveiter seja rejeitado, o presidente da CCJ designará novo relator, que fará outro parecer a ser lido na comissão — seguidos de nova orientação de bancada e mais uma votação. A base aliada corre contra o tempo para acelerar a admissão da denúncia contra o peemedebista por corrupção passiva e permitir a votação em plenário ainda nesta semana, antes do recesso parlamentar, previsto para começar na segunda (17). A oposição, por sua vez, tenta atrasar o avanço do processo.

No entanto, o vice-líder do governo na Câmara, deputado Darcísio Perondi, admitiu a possibilidade de a denúncia ser votada em plenário só em agosto, após o recesso. O peemedebista acusou a oposição de autorizar que seus deputados viagem de volta aos Estados e esvaziar o quórum da Casa. “Temos a oposição que está fugindo do plenário”, criticou o governista.

No inquérito, Janot acusa Temer de ter se aproveitado da condição de chefe do Poder Executivo e recebido, por intermédio do seu ex-assessor especial e ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), “vantagem indevida” de R$ 500 mil. O ex-parlamentar foi flagrado deixando um restaurante em São Paulo quando portava uma mala que continha este valor. A quantia teria sido ofertada pelo empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, investigado pela Operação Lava Jato.

A defesa de Temer argumenta que as provas contidas na denúncia não são concretas e que o presidente não cometeu nenhum ilícito. O presidente classificou a denúncia de “peça de ficção” e questionou a atuação de Janot.

Um eventual afastamento de Temer do Palácio do Planalto depende de a Câmara dar aval para que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise a denúncia apresentada por Janot contra o presidente. Para o peemedebista ser suspenso de suas funções, também é necessário que a Corte receba a denúncia, conforme estabelecido na Constituição. (Com informações das agências Brasil e Estado)

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?