metropoles.com

CCJ do Senado discute reforma trabalhista nesta quarta-feira (28/6)

Mais cedo, opositores pressionaram o presidente da sessão, Edison Lobão (PMDB-MA), pelo adiamento da votação

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Agência Senado/Reprodução
ccj senado
1 de 1 ccj senado - Foto: Agência Senado/Reprodução

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado vota nesta quarta-feira (28/6) o projeto da reforma trabalhista, em sessão presidida por Edison Lobão (PMDB-MA). Os parlamentares leem seus votos em separado desde o fim da manhã.

 

Logo no início da sessão houve uma amostra de ânimos exaltados em um bate-boca entre a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR). Os parlamentares discutiram enquanto a presidente do PT pedia ao presidente da comissão, Edison Lobão (PMDB-MA), que fosse suspensa a sessão no plenário para que a TV Senado pudesse transmitir a sessão da CCJ. O desentendimento foi desfeito poucos segundos depois.

Adiamento
Após a fala de Gleisi, o senador Lasier Martins (PSD-RS) pediu o adiamento da votação da reforma trabalhista na CCJ que está programada para acontecer ainda nesta quarta-feira (28). Segundo o senador, é preciso tempo para analisar o compromisso feito pelo Palácio do Planalto de ajustar a reforma trabalhista por medida provisória logo após a sanção do projeto que tramita no Congresso.

Segundo o senador, é preciso que o presidente Michel Temer dê mais detalhes sobre a proposta de ajustar a reforma por MP em vários pontos, conforme acordo lido por Jucá mais cedo.
Após a fala de Gleisi, o senador Lasier Martins (PSD-RS) pediu o adiamento da votação da reforma trabalhista na CCJ que está programada para acontecer ainda nesta quarta-feira, 28. Segundo o senador, é preciso tempo para analisar o compromisso feito pelo Palácio do Planalto de ajustar a reforma trabalhista por medida provisória logo após a sanção do projeto que tramita no Congresso.

Mais cedo, opositores pressionaram o presidente da sessão pelo adiamento da votação. Entre eles, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Ele afirmou que há um acordo de procedimentos, mas salientou que é um absurdo haver a votação nesta quarta.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) também pediu o adiamento da discussão e da votação da reforma. Ela disse que não é contrária ao projeto e destacou que há itens que podem ser aprovados, mas não quer ser julgada posteriormente por omissão.

Já a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) rebateu os opositores e ressaltou que é preciso manter o calendário acertado. A peemedebista afirmou que a oposição não quer mais votar a reforma e que não é possível aceitar este posicionamento.

Houve discussões acaloradas entre senadores da base e da oposição. O motivo, porém, não foi o teor da matéria, mas as restrições de entrada na sala onde ocorre a reunião. A presidência da comissão restringiu a entrada a apenas um assessor parlamentar por senador, o que gerou revolta dos senadores do PT.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) cobrou a autorização da entrada de representantes de centrais sindicais e acusou a presença de “lobistas e representantes de instituições bancárias”. O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relator do projeto no Senado, cobrou então que a petista apontasse quem eram os lobistas. “Onde estão os lobistas? Não há nenhum aqui.”

A discussão, porém só acabou após intervenção de Edison Lobão. “O que diz respeito a presença de pessoas aqui, nesta sessão, há certas coisas que extrapolam a fronteira do razoável”, disse o presidente da comissão ao justificar a restrição. “Não há aqui representantes de banqueiros, empresários ou lobistas.”

No mesmo momento, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho, presidente da Força Sindical, entrou na sala para acompanhar a sessão. Após a discussão, o quórum de senadores na comissão, porém, caiu assim que o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) iniciou a leitura de seu voto.

Proposta
Se aprovado, o projeto segue para ser apreciado no plenário. O governo pretende que os senadores votem o projeto na semana que vem.

A CCJ é composta por 27 integrantes. Os governistas acreditam que o projeto será aprovado por 15 votos a 11 (sem contar o voto do presidente). Os trabalhos estão previstos para começar por volta das 10h, mas parlamentares da oposição têm afirmado que tentarão obstruir a votação, o que deve tornar a sessão longa.

A reforma trabalhista traz mudanças substanciais nas relações entre patrões e empregados. Propõe, por exemplo, que acordos fechados diretamente entre as partes possam prevalecer sobre a legislação e acaba com o imposto sindical, entre outras medidas.

A matéria é uma das principais apostas do governo para induzir a retomada da atividade econômica. E é acompanhada de perto pelo mercado financeiro, que aguarda sua aprovação como um sinal de que, mesmo com o presidente num processo de forte desgaste, a agenda das reformas não será abandonada pelo Congresso.

Na terça-feira (27/6), Temer dedicou parte do dia a articulações tentando garantir uma vitória do governo na sessão desta quarta. Uma romaria de deputados passou pelo gabinete presidencial.

Na semana passada, enquanto estava em viagem pela Rússia e pela Noruega, o governo sofreu uma inesperada e dura derrota com a reforma trabalhista, quando a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) rejeitou, por 10 votos a 9, o parecer que pedia a aprovação do projeto. Três deputados da base governista votaram contra o projeto, o que surpreendeu o Planalto.

Do exterior, Temer declarou que o governo conseguiria vencer no plenário. No entanto, segundo auxiliares, em meio à escalada da crise política e com o presidente denunciado é fundamental que a base “mostre serviço” e tente dar um clima de superação ao peemedebista.

Divergência
Às vésperas da votação, dois dos principais nomes do maior partido no Senado trocaram farpas ontem sobre a tramitação do projeto. Após Renan Calheiros (PMDB-AL) defender o adiamento da votação diante das denúncias contra Temer, Romero Jucá (PMDB-RR) reagiu em defesa do presidente e ameaçou retirar o colega da liderança do partido.

Uma amostra da divisão do partido do presidente Temer e de eventuais dificuldades do governo em aprovar reformas no Congresso aconteceu quando Renan e Jucá discutiram no plenário do Senado. Lá, a reforma trabalhista será votada na CCJ e, depois, no plenário antes da sanção presidencial.

Renan, líder do PMDB no Senado, disparou contra a reforma trabalhista: “Temer não tem confiança da sociedade para fazer essa reforma trabalhista na calada da noite. Num momento em que o Ministério Público, certo ou errado, apresenta denúncia, não há como fazer uma reforma que pune a população”. Ele ameaçou trocar nomes na bancada do PMDB na CCJ para tentar prejudicar a aprovação da reforma. “Se o jogo for esse, vou admitir mudanças na composição da CCJ.”

Jucá, presidente do PMDB e líder do governo, reagiu com a ameaça de tirar Renan da liderança do partido com a alegação de que a reforma trabalhista não é uma pauta de Temer, mas do país.

“A posição do senador Renan sobre mudar membros da CCJ me estranha. Fizemos uma reunião de bancada em que, por 17 votos a 5, decidimos pelo apoio às reformas e pela manutenção de Renan na liderança. Se ele mudar membros da CCJ, podemos mudar liderança do PMDB”, disse.

O caminho da reforma:

– Projeto da reforma trabalhista será analisado por três comissões do Senado: Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), de Assuntos Sociais (CAS) e de Constituição e Justiça (CCJ);

– Cada comissão avalia o projeto e é produzido um relatório que é votado pelos integrantes;

– Com o parecer aprovado ou não nas comissões, o projeto segue a tramitação até chegar ao plenário do Senado;

– No plenário, os relatórios elaborados nas comissões servem de referência para que senadores avaliem o projeto;

– O plenário não precisa seguir a recomendação dos pareceres e os senadores votam pela aprovação ou rejeição do projeto. O governo prevê votar o projeto antes do início do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho;

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?