CCJ da Câmara chama Dino para falar de desarmamento e atos de 8/1
Convocação será convertida em convite para 28 de março. Dino também será perguntado sobre presença da Maré sem escolta e balanço da gestão
atualizado
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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou, nesta quarta-feira (22/3), requerimento de convocação para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, prestar esclarecimentos sobre quatro itens. A convocação, como de praxe, será transformada em convite. A oitiva será feita na próxima semana, no dia 28 de março.
O parlamento quer que o ministro preste esclarecimentos sobre:
- A política de desarmamento do país;
- A atuação ou omissão da pasta na contenção dos atos golpistas do dia 8 de janeiro;
- A presença do ministro no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, sem escolta policial;
- Balanço dos primeiros meses de atuação de Dino frente à Justiça e Segurança Pública e que apresente as prioridades para este ano.
Na sessão da CCJ desta manhã, foi explicado pelo deputado federal e líder da minoria, Alencar Santana (PT-SP), que a convocação de Dino para prestar esclarecimentos está costurada com outras comissões.
“Sobre o requerimento, tem acordo, mas só será uma audiência em conjunto se as outras comissões aceitarem seus colegiados. Do contrário, só a audiência aqui na CCJ”, explicou Alencar.
Oposição
O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) reiterou a necessidade de convocar o ministro.
“O Dino tem feito um tensionamento de sua relação com o parlamento que eu nunca vi na história”, disse. “Talvez possam alegar que Abraham Weintraub [ex-ministro da Educação] de fato fazia um trabalho inapropriado para um ministro, e este é o comportamento de Dino”, declarou.
Jordy foi enfático sobre a questão do desarmamento dos CACs e a ida de Dino ao Complexo da Maré. “Um dos complexos de favelas mais perigosos do mundo”, disse.
“Ele [Dino] ainda tem a canalhice de imputar a nós um crime de racismo [no STF]. Isso configura em crime de denunciação caluniosa, pois não falamos que a Maré só tem criminosos, mas queremos entender como ele entra em um complexo como aquele, [que é] um verdadeiro arsenal de guerra [sem uma escolta policial apropriada]”, disse.
“Qualquer pessoa do Rio sabe que para ingressar em um local como aquele, ou em qualquer comunidade, você precisa ter tido antes um diálogo ‘cabuloso’ com os traficantes. É isso que queremos entender”, completou.