Caso Marielle: Witzel nega conversa com Bolsonaro sobre porteiro
Governador do Rio foi acusado por Bolsonaro de ter vazado informações do caso, que está em sigilo, para a imprensa
atualizado
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O governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC) negou, nesta quarta-feira (30/10/2019), ter vazado qualquer tipo de informação sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ), assassinada em março do ano passado. Disse ainda que sequer teve acesso às investigações.
“Eu jamais vazei qualquer tipo de documento. Sequer tive acesso a documentos que constam dessa investigação. E se esse documento vazou, como foi apresentado ontem [terça-feira] numa emissora de televisão, que a Polícia Federal investigue e tome as providências“, afirmou.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) alegou, em live nessa terça-feira (29/10/2019), que Witzel foi quem vazou informações sobre a investigação do caso Marielle para a imprensa. A declaração foi feita após reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, revelar citação nominal ao chefe do Executivo brasileiro em depoimento.
“No dia 9 de outubro, às 21 horas, eu estava no Clube Naval do Rio de Janeiro quando o governador Witzel chegou para mim e disse: o processo está no Supremo”, contou Bolsonaro. “Que processo? O que eu tenho a ver? E o Witzel disse que o porteiro citou meu nome. Ele sabia do processo que estava em segredo de Justiça.”
“Se está no Supremo Tribunal Federal, pode ter vazado ali dentro ou em qualquer outro órgão”, rebateu Witzel. “Tem que ser investigado. Pode ser pela PF porque tem interesse da União. E eu estou à disposição. Desafio quem quer que seja a provar que eu vazei qualquer tipo de documento”, prosseguiu.
Em seguida, disse acreditar que Bolsonaro fez o vídeo em um momento de “descontrole emocional”. “Espero que o presidente reflita. Assim como ele divulgou um vídeo na internet que ofendeu a nossa Suprema Corte, pedindo desculpas, ele deve desculpas ao povo do estado do Rio de Janeiro”, afirmou.