Caso Marielle: Defensoria Pública do RJ assume defesa de porteiro
Responsável por citar o presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura o crime, Alberto Jorge foi identificado publicamente pela Veja
atualizado
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A Defensoria Pública do Rio de Janeiro vai representar judicialmente o porteiro do condomínio Vivendas da Barra que, em depoimento à Polícia Civil fluminense, citou o presidente Jair Bolsonaro (PSL) no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes.
A informação foi confirmada pela Defensoria em nota enviada ao Metrópoles. Eles, contudo, pontuaram que não irão comentar o caso por enquanto. Ele foi identificado publicamente pela revista Veja desta semana como Alberto Jorge Mateus.
O porteiro declarou à Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) que, no dia em que Marielle e Anderson foram mortos, um dos suspeitos do crime, o ex-policial militar Élcio Queiroz, esteve no Vivendas e, ao se apresentar na portaria, informou que iria à casa 58, de Bolsonaro. Segundo ele, “Seu Jair” teria autorizado a entrada.
Na sequência, ele percebeu que Élcio se dirigiu, na verdade, à casa do policial militar aposentado Ronnie Lessa – ainda de acordo com o funcionário, quem atendeu ao telefonema na casa 58 sabia para onde ele estava indo.
As declarações do porteiro, reveladas em reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo, foram contestadas pelo filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), que divulgou um áudio que mostrava Ronnie liberando a entrada de Élcio. Com base nesse arquivo, as promotoras do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) responsáveis pelo caso fizeram uma coletiva de imprensa desqualificando as declarações.
A Folha de S.Paulo mostrou, contudo, que o parecer delas se baseou em perícia que desconsiderou a possibilidade de que áudios tenham sido apagados ou editados. Os técnicos também não teriam tido acesso aos computadores que registraram as gravações – eles foram apreendidos na quinta-feira (07/11/2019) pela PC.
Bolsonaro estava, conforme divulgado pela própria reportagem da Globo, em Brasília no dia do crime e chegou a registrar presença em votações.