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Caso Marielle: Aras diz que “não há nada” que vincule Bolsonaro

O procurador-geral da República aceitou pedido do ministro da Justiça para instaurar inquérito sobre o assassinato da vereadora

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1 de 1 Augusto-Aras - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Após pedido do ministro da Justiça, Sergio Moro, para abrir um inquérito sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ) e do motorista Anderson do Carmo, o procurador-geral da República, Augusto Aras, disse que “não há nada” que vincule o presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao caso. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o PGR afirmou que o chefe do Executivo é vítima de uma possível denunciação caluniosa.

Nessa terça-feira (29/10/2019), o Jornal Nacional, da TV Globo, veiculou uma reportagem com depoimento do porteiro que trabalhava no condomínio onde Jair Bolsonaro tem uma casa, no Rio de Janeiro. O funcionário citou o presidente ao relatar que um dos suspeitos de participação na morte da vereadora foi até o local e pediu para ligar na casa de Bolsonaro.

A emissora informou também que, no dia e horário informados pelo porteiro, Bolsonaro estava em Brasília, na Câmara, quando ainda era deputado federal e teve presença registrada no painel de votação da Casa.

Aras adiantou que vai pedir ao Ministério Público Federal do Rio para investigar os motivos de o presidente ter sido citado. “Nos elementos informativos que o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro encaminhou ao Supremo, que encaminhou à Procuradoria Geral da República, não há nada que vincule o presidente da República a qualquer evento. Não há nada”, afirmou o PGR.

“A minha assessoria ouviu todos os áudios [relativos ao condomínio de Bolsonaro] e não tem nenhuma participação do presidente ou de indício da voz do presidente”, completou.

Aras disse que aceitou o pedido de Moro com o objetivo de investigar se houve “tentativa de envolvimento indevido” de Jair Bolsonaro no caso.

Nesta quarta-feira (30/10/2019), Sergio Moro encaminhou ofício ao procurador-geral da República, Augusto Aras. No documento, pede para que seja instaurado inquérito a fim de que se apure o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Com a citação no inquérito, que corre sob sigilo, o Ministério Público do Rio de Janeiro levou o caso para o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.

No ofício enviado a Aras, Moro diz que a própria reportagem esclarece que, à época, o mandatário da República era deputado federal e estava em Brasília, com presença registrada na Câmara dos Deputados.

“A inconsistência [do depoimento] sugere possível equívoco na investigação conduzida no Rio de Janeiro ou eventual tentativa de envolvimento indevido do nome do presidente da República no crime em questão”, pontua Moro em trecho do documento.

O ministro afirma ainda que o depoimento do funcionário pode ser configurado nos crimes de obstrução à Justiça, falso testemunho ou denúncia caluniosa.

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