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Caso Bruno e Dom: Torres pede para remarcar audiência com senadores

Diante da ausência confirmada, senadores irão pressionar pela convocação do ministro da Justiça, obrigando-o a ir ao Senado

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Igo Estrela/Metrópoles
Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública, é convidado a prestar esclarecimentos sobre morte de crianças da etnia Yanomami por ação de garimpeiros na Câmara 15
1 de 1 Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública, é convidado a prestar esclarecimentos sobre morte de crianças da etnia Yanomami por ação de garimpeiros na Câmara 15 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, pediu a senadores da Comissão de Direitos Humanos (CDH) para remarcar a audiência pública prevista para ser realizada nesta quarta-feira (22/6). A oitiva tinha por objetivo esclarecer as ações do governo federal em torno dos assassinatos do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo.

Torres solicitou a remarcação em razão, conforme dito aos senadores, de conflitos em sua agenda. Ainda não há a previsão de quando a oitiva ocorrerá. A informação foi confirmada ao Metrópoles pelo presidente da CDH, senador Humberto Costa (PT-PE).

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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados
No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca
Em 8 de maio, a força-tarefa efetuou a prisão do primeiro suspeito pelo desaparecimento: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado. Vestígios de sangue foram encontrados na lancha de Amarildo após perícia da Polícia Federal 
Em 12 de junho, uma semana depois, mochilas com os pertences pessoais de Dom e Bruno foram encontradas. Não muito tempo depois, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, irmão de Pelado, foi preso sob suspeita de envolvimento no crime
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Em 5 de junho de 2022, o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira viajavam juntos para que Dom realizasse entrevistas para o livro que escrevia sobre a preservação da Amazônia

Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images
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Arquivo pessoal
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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados

Divulgação
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No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca

Reprodução/Redes sociais
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Em 8 de maio, a força-tarefa efetuou a prisão do primeiro suspeito pelo desaparecimento: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado. Vestígios de sangue foram encontrados na lancha de Amarildo após perícia da Polícia Federal 

Arquivo pessoal
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Em 12 de junho, uma semana depois, mochilas com os pertences pessoais de Dom e Bruno foram encontradas. Não muito tempo depois, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, irmão de Pelado, foi preso sob suspeita de envolvimento no crime

Reprodução/Redes sociais
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Mulheres realizam manifestação após morte de Bruno e Dom na Amazônia

Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images
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Bruno e Dom foram interceptados em rio e executados

Material cedido ao Metrópoles
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Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno

Redes sociais/reprodução
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A tentativa de ocultação, porém, não teria dado certo. Jeferson e Amarildo retornaram no dia seguinte, esquartejaram os corpos e os enterraram em um buraco escavado. A distância entre o local em que os pertences foram escondidos e onde os corpos foram enterrados é de 3,1 km

Divulgação/Polícia Federal
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Depois de fazer uma reconstituição do caso junto a Amarildo, a força-tarefa anuncia ter encontrado “remanescentes humanos” que, mais tarde, se confirmariam como os corpos de Dom e Bruno

Reprodução/Redes sociais
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Em 16 de junho, os corpos de Dom e Bruno chegaram a Brasília para realização de perícia e confirmação de identidade

Igo Estrela/Metrópoles
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Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”

Reprodução/Twitter/@andersongtorres
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Exame médico-legal indicou que morte de Dom Phillips foi causada por disparo de arma de fogo

Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images
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A morte de Bruno Pereira foi causada, segundo os peritos, por traumatismo toracoabdominal e craniano por disparos de arma de fogo com munição típica de caça, “que ocasionaram lesões no tórax/abdômen (2 tiros) e face/crânio (1 tiro)”

Funai/Divulgação
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Bruno era considerado um dos indigenistas mais experientes da Funai. Ele dedicou a carreira à proteção dos povos indígenas. Nascido no Recife, tinha 41 anos. Ele deixa esposa e três filhos

Reprodução
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Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposa

Twitter/Reprodução

Por se tratar de um convite, o ministro da Justiça não estava obrigado a comparecer à audiência. Diante da ausência confirmada para esta tarde, parlamentares estudam votar requerimentos de convocação do titular da pasta, obrigando-o a ir ao Senado.

A audiência seria realizada em colaboração com a Comissão Externa Temporária do Senado criada para monitorar de perto as apurações em torno do caso.

“Teremos mais mortes”

Mais cedo, os membros dos colegiados ouviram representantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Na ocasião, a entidade reclamou que as investigações da Polícia Federal sobre os assassinatos não levaram em consideração informações sobre ameaças e atuação de organizações criminosas já levantadas pela instituição e que foram repassadas às autoridades.

O procurador jurídico da Univaja, Eliesio Marubo, discordou da versão apresentada pela PF de que não há mandante ou organização criminosa por trás do crime e fez um alerta, caso essas informações sejam desprezadas e providências não sejam tomadas para identificação e punição dos mandantes: “Teremos mais mortes. Eu estou afirmando que teremos mais”.

“A diretoria da Univaja toda está marcada com a mesma marca de Bruno e Dom. Temos que andar com seguranças. Temos que andar com carro blindado. Isso não é vida. Não estamos em um país em guerra. Não estamos pedindo nada demais. Só queremos ter acesso a todas as garantias constitucionais”, apelou.

Uma lista com documentos foi entregue aos senadores das comissões, incluindo um ofício que foi encaminhado à Funai, no qual a Unijava informava a pesca ilegal. “Não demorou 60 dias. Mataram o Bruno e mataram o Dom. Não demorou 60 dias de um de um ofício que praticamente dizia como o crime estava estava ocorrendo”, comentou o senador Randolfe Rodrigues, durante a audiência.

Segundo Marubo, não houve providência alguma do governo em relação à denúncia. “E por incrível que pareça, tudo indica a depender das informações colhidas no inquérito, que a arma é a mesma que matou Bruno e Dom”. “A canoa é a mesma que foi utilizada para abordar; Todo o material é o mesmo. Essa pessoa também fez uma ameaça no dia anterior a equipe que estava recebendo Bruno”, destacou.

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