Cármen Lúcia reage a Renan: “Onde juiz for destratado, eu também sou”
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou ainda que o Judiciário exige respeito dos demais poderes da República
atualizado
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A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, rebateu nesta terça-feira (25/10), as críticas do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10.ª Vara da Justiça Federal de Brasília. “Onde juiz for destratado, eu também sou”, declarou Carmen. A ministra declarou ainda que o Judiciário exige respeito dos demais poderes da República.
Oliveira autorizou, na sexta-feira passada, a prisão de quatro policiais legislativos, além de uma operação de busca e apreensão na sede da Polícia Legislativa no Congresso Nacional. Na segunda-feira (24), Renan disse que a operação foi “fascista” e chamou Oliveira de “juizeco”. Na sessão do Conselho Nacional de Justiça desta terça-feira, Carmen avaliou que “não é admissível que qualquer juiz seja diminuído ou desmoralizado fora dos autos”.
Autonomia
A presidente da instituição frisou que o CNJ foi instituído não só para fiscalizar as práticas dos magistrados, mas para garantir a autonomia, “a independência e a força do Poder Judiciário. “Respeito que nós devemos e guardamos com os poderes e evidentemente exigimos igualmente de todos os poderes em relação a nós”, declarou Carmen.
“(Na Constituição) se tem que são poderes da República independentes e harmônicos, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Numa democracia, o juiz é essencial como são essenciais os membros de todos os outros poderes, repito que nós respeitamos”, frisou. “Queremos também, queremos não, exigimos o mesmo e igual respeito para que a gente tenha democracia fundada nos princípios constitucionais”, continuou.
“Somos todos igualmente juízes brasileiros querendo cumprir nossas funções. Espero que isso seja de compreensão geral (…) O mesmo respeito que nós, Poder Judiciário, dedicamos a todos os órgãos da República, afinal somos sim independentes e estamos buscando a harmonia em benefício do cidadão brasileiro. Espero que isso não seja esquecido por ninguém, porque nós juízes não temos nos esquecido disso”, finalizou Carmen.