metropoles.com

Cardozo: prisão de Funaro é prova que Cunha quis parar investigações

Durante palestra, o ex-ministro disse que o deputado liderou o processo de impeachment para obstruir as investigações da Operação Lava Jato

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
cardozo agu
1 de 1 cardozo agu - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Advogado da presidente afastada Dilma Rousseff, o ex-ministro José Eduardo Cardozo afirmou nesta sexta-feira, 1, que a prisão do operador Lucio Funaro, pela Polícia Federal, é “mais uma prova” de que o presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) liderou o processo de impeachment para obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Funaro, ligado a Cunha, foi acusado pelo ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) Fabio Cleto, em delação premiada, de fazer parte do esquema de propina envolvendo o fundo de investimento do FGTS. Cleto admitiu participação nos desvios de recursos e disse agir em conjunto com Cunha, que o indicou para o cargo na Caixa. Com base na delação de Cleto, a polícia desencadeou nesta sexta-feira a Operação Sépsis.

“Essas investigações acabam atingindo o processo porque demonstram as verdadeiras razões pelas quais muitos defendem o impeachment. O presidente Eduardo Cunha iniciou o processo para se safar de cassação de mandato e parar as investigações. Eduardo Cunha dizia que sofria perseguição do governo e com base nisso desencadeou o processo, com o objetivo de parar as investigações que caíam sobre ele. O que se vê é que não havia perseguição e que ele queria parar a investigação porque sabia onde ela ia chegar. As pessoas sabiam onde ia chegar e queriam afastar a presidente porque ela não impedia as investigações, não obstruía”, disse Cardozo, antes de iniciar palestra no Instituto de Advogados Brasileiros (IAB), intitulada “O desvio de finalidade no processo de impeachment”.

“Esse é um processo jurídico político. Base jurídica não tem, basta ouvir gravações em que alguns líderes políticos falam em parar a sangria. A única maneira era afastar a presidente da República”, disse Cardozo, em referência à gravação feita pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado durante conversa com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que deixou o Ministério do Planejamento do governo em exercício de Michel Temer depois que os diálogos vieram a público.

Na palestra, Cardozo reiterou a tese de que o impeachment da presidente Dilma não tem base legal. “Destituir o presidente da República sem motivo constitucional é golpe de Estado. Pouco importa se usam armas ou a retórica política elegante”, afirmou Cardozo, aplaudido pela plateia.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?