Cardozo prende atenção no plenário do Senado
Durante a sua fala, o advogado de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) prendeu a atenção dos senadores. Em tom emocionado, disse que a petista incomoda as elites e está sendo condenada por não barrar a Lava Jato
atualizado
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Advogado da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo conseguiu um feito difícil no plenário do Senado: silêncio e atenção. Com uma hora e meia para fazer o último discurso da defesa de Dilma no processo de impeachment, na manhã desta terça-feira (30/8), Cardozo optou por começar a fala com tom emocionante. Falou sobre as torturas sofridas pela petista e fez alusão ao processo que ela enfrenta atualmente. “Torturavam e machucavam a menina falando que estavam fazendo o bem.”
Cardozo disse que Dilma começou a ser atacada por opositores logo após ter vencido as eleições. Afirmou que os ataques se intensificaram quando ela se negou a frear a Lava Jato. Disse ainda que o processo teve início porque Eduardo Cunha (deputado federal pelo PMDB-RJ e ex-presidente da Câmara dos Deputados) teve os interesses contrariados.
Enquanto discursava, Cardozo era assistido em silêncio. Aliados e até opositores de Dilma faziam elogios. Um dos senadores favoráveis ao impeachment disse aos pares que Cardozo provocou mais emoção ao falar do que a presidente afastada Dilma Rousseff, que prestou depoimento no plenário nesta segunda-feira (29).
José Eduardo Cardozo encerrou a sua fala por volta das 13h10 pedindo aos senadores que votem pela “justiça e pela democracia”. Ao descer do púlpito do Senado, foi abraçado por apoiadores de Dilma, como a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
A advogada de acusação, Janaína Paschoal, também recebeu cumprimentos e até flores da senadora Ana Amélia (PP-RS). Durante o depoimento de Dilma na segunda, a parlamentar chamou a atenção pelo traje em tons de verde e amarelo.