Candidatura de Queiroga deixa PL na Paraíba em “pé de guerra”
Disputa envolve a candidatura pela Prefeitura de João Pessoa nas eleições municipais, deixando evidente conflito envolvendo diretórios do PL
atualizado
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A busca pelo protagonismo na eleição de 2024 colocou em rota de colisão o diretório municipal do PL, em João Pessoa, na Paraíba, com a executiva estadual e nacional do partido. Lideranças do estado ouvidas pelo Metrópoles não receberam bem o processo de indicação de Marcelo Queiroga — apesar de afirmarem não ter nada contra o ex-ministro da Saúde — para concorrer à Prefeitura da capital paraibana e indicam que a legenda está “em pé de guerra”.
As reclamações recaem sobre Wellington Roberto, também deputado federal pelo PL e presidente estadual da legenda. O parlamentar é visto como o principal articulador da candidatura de Queiroga. Ele é acusado de forçar a indicação, sem escutar o diretório municipal da legenda. Quem lidera a “resistência” à indicação do ex-ministro da Saúde é o Cabo Gilberto Silva, também deputado pelo Partido Liberal e presidente da sigla em João Pessoa.
Wellington Roberto e o Cabo Gilberto Silva, em tempo, já se envolveram em confusões. Rivais, os dois protagonizaram briga generalizada (leia ao fim da reportagem) registrada numa solenidade de apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro, durante a campanha de 2022.
Marcelo Queiroga filiou-se nesta semana ao PL, num evento marcado pelo apoio explícito do ex-presidente da República à candidatura do seu ex-chefiado à Prefeitura de João Pessoa. O presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, também é entusiasta, mas é poupado de críticas. O nome do ex-ministro, dizem os representantes municipais, não necessariamente causa desagrado. As críticas são ao processo de escolha, que não ouviu as bases, segundo
O problema, reclamam integrantes do diretório municipal de João Pessoa ouvidos pelo Metrópoles, é que outras lideranças do PL têm interesse na disputa e também apresentam competitividade para a eleição de 2024, mas não foram levadas em conta.
O movimento dissidente é liderado pelo Cabo Gilberto Silva. Ele foi o deputado federal mais votado do PL, com 126.876 mil votos, cerca de 5,72% do total. Ele reclama a interlocutores que Wellington Roberto e Valdemar Costa Neto, além de outros representantes da executiva estadual do partido, “enganam” Bolsonaro para forçar a candidatura de Queiroga.
Além de Gilberto Silva, outros nomes da ala “dissidente” que buscam candidatura são: Wallber Virgolino, deputado estadual mais votado da legenda; Nilvan Ferreira, candidato a governador em 2022 e mais votado na capital no primeiro turno; e Bruno Roberto, candidato ao Senado na eleição passada.
A dissidência ganhou ares públicos nesta semana. Foi quando Gilberto Silva publicou foto ao lado de Wallber Virgolino e Nilvan Ferreira. “Triunvirato formado, escolhemos nosso lado e não aceitaremos imposição!”, escreveu o deputado federal.
Já o PL garantiu: “A agenda do partido para o próximo ano conta com o nome dele [de Queiroga] para futuro candidato à Prefeitura de João Pessoa (PB), para o qual já tem o apoio de Wellington Roberto, presidente do PL no estado da Paraíba”.
Bate-boca
Esta não é a primeira confusão envolvendo membros do PL em João Pessoa. Em plena eleição de 2022, um evento reuiu candidatos apoiadores de Jair Bolsonaro terminou em briga generalizada.
O encontro ocorreu no município de Soledade e tinha como objetivo selar a união do candidato Nilvan Ferreira, que concorria ao governo do estado, e o concorrente ao Senado Bruno Roberto.
Em vídeo registrado no local e compartilhado nas redes sociais, Wellington Roberto protagoniza um bate-boca com o Pastor Jáder, então candidato a deputado federal pelo PRTB. O tema da discussão seria a disputa pelo fundo partidário.
Veja: