Candidatos na Câmara buscam apoio do Planalto
O novo presidente deverá assumir a Casa num mandato-tampão que vai até fevereiro de 2017, a eleição está marcada para ocorrer nesta semana, mas a data ainda é alvo de disputa
atualizado
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Candidatos que tentam viabilizar seus nomes na corrida pela presidência da Câmara intensificaram a busca por um apoio do Palácio do Planalto após a renúncia do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na quinta-feira (7/7). O novo presidente deverá assumir a Casa num mandato-tampão que vai até fevereiro de 2017. A eleição está marcada para ocorrer nesta semana, mas a data ainda é alvo de disputa.
Segundo auxiliares do presidente em exercício, Michel Temer, entre os que o procuraram para se apresentar como postulante à vaga deixada por Cunha estão o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), e os deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ), Heráclito Fortes (PSB-PI), Fernando Giacobo (PR-PR) e Fábio Ramalho (PMDB-MG).À exceção de Rosso, que nega ter procurado o Palácio nos últimos dias, os demais confirmam conversas com Temer após Cunha deixar o comando da Câmara. “Conversei com o presidente por telefone ontem e disse que estava tentando viabilizar a minha candidatura e que também estava procurando os partidos de esquerda. Ele me disse que não poderia se envolver porque tinha mais de um candidato da base disputando, mas que o caminho era esse, uma vez que depois do mês de agosto todos deverão sentar para conversar”, afirmou Maia, que tenta garantir o apoio do PT.
O deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), que fazia oposição ao governo de Dilma Rousseff, esteve reunido anteontem com o presidente em exercício, no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer. “Ele perguntou como estavam as coisas, eu dei mais ou menos o perfil. Mas ele disse que vai ficar neutro e que os ministros não vão interferir” afirmou Fortes.
Representante do chamado Centrão – bloco que reúne 13 partidos -, Giacobo também tratou com a cúpula do governo sobre a candidatura à presidência da Casa. “O presidente falou da responsabilidade do cargo com as pautas mais urgentes para o País e com as votações. Mas disse que o Planalto vai ficar neutro justamente por causa dessa dificuldade da unanimidade em torno de um nome da base do governo”, ressaltou. O primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), também está na lista daqueles que esperam contar com o apoio do governo na briga pelo comando da Casa. “Conversei com Michel há duas semanas e falamos sobre eleição. Disse que poderia ser candidato”, disse o deputado.
Considerado como possível candidato, o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), disse que foi procurado, recentemente, por ministros mais próximos de Temer, para apresentar o atual cenário da disputa. Na avaliação do tucano, a quantidade de candidatos poderá gerar conflitos e culminar na cisão da base aliada, o que seria prejudicial para o governo num momento de instabilidade política. “Tendo a disputa, que é absolutamente natural, ela tem que ser civilizada”, defendeu.
Avulsas
Apesar do posicionamento oficial de que não haverá interferência na disputa por parte do governo, integrantes da bancada do PMDB também vivem a expectativa de Temer servir como um puxador de votos. “Conversei com o Michel no Palácio e acredito que chegarei ao segundo turno. Mesmo se o partido não lançar um candidato, pretendo sair avulso”, disse o deputado mineiro Fábio Ramalho.
Outro peemedebista que também deve disputar a vaga mesmo sem um consenso da bancada é o ex-ministro da Saúde Marcelo Castro (PI) “É natural que o PMDB tenha um candidato por ser o maior partido. Caso não dispute ficará fora da Mesa, o que não seria razoável”, afirmou.