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Candidatos à Presidência repudiam ataque de deputado a Vera Magalhães

Apoiador do candidato Tarcísio Freitas, em SP, abordou a profissional e a acusou falsamente de receber R$ 500 mil anuais da TV Cultura

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Discussão entre a jornalista Vera Magalhães e o deputado estado Douglas Garcia durante debate
1 de 1 Discussão entre a jornalista Vera Magalhães e o deputado estado Douglas Garcia durante debate - Foto: Reprodução/Twitter

Candidatos à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e Felipe D’Avila (Novo) se manifestaram nas redes sociais em solidariedade à jornalista Vera Magalhães. Ela sofreu mais um ataque durante o debate de candidatos ao governo de São Paulo, na noite dessa terça-feira (13/9).

Na ocasião, o deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos) abordou Magalhães no espaço reservado aos profissionais que fariam perguntas aos candidatos. Ele fez acusações falsas e repetiu a frase dita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em um debate para a Presidência da República: “A senhora é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”.

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Logo no início desta manhã, o pedetista Ciro Gomes repudiou a “escalada de ataques à jornalista”, e defendeu que o ato tem que ser visto como “uma múltipla ação terrorista, que afronta não apenas uma a mulher e jornalista independente, mas toda uma sociedade democrática.”

“Os cães raivosos, como Douglas Garcia, não agiriam com tanta desenvoltura se não tivessem, de um lado, o estímulo e o apoio de Bolsonaro, líder da facção, e do outro, a passividade das autoridades. A mesa do Legislativo paulista também não pode ficar em silêncio”, emendou o candidato.

Veja post:

Simone Tebet fez uma publicação logo depois, em que chamou o episódio de “barbaridade”. Ela também cobrou providências da Polícia Civil de São Paulo, do partido Republicanos e da Assembleia Legislativa do estado.

“Solidariedade e indignação. Acordei em Recife/PE com essa barbaridade. Mais uma vez @veramagalhaes sob ataques de bolsonaristas. O comportamento covarde do Presidente é uma licença para esse tipo de absurdo, agora de um parlamentar”.

Confira a publicação:

Lula foi o terceiro a se manifestar: “Debates deveriam ser notícia pelas propostas, não por ataques contra mulheres jornalistas, promovidos por quem vive do ódio e não gosta da democracia.”

Confira a mensagem:

O candidato Felipe D’Avila (Novo), declrou solidariedade à jornalista “diante de mais um ataque direto sofrido no exercício do seu trabalho”.

Veja o post:

Entenda o caso

O deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos), que acompanhava o candidato ao governo de São Paulo Tarcísio Freitas, abordou a jornalista no espaço reservado aos profissionais que fariam perguntas aos candidatos durante debate nessa segunda-feira (13/9). Ele fez acusações falsas de que ela receberia R$ 500 mil anuais de salário da TV Cultura, quando, na verdade, a própria emissora divulgou o valor de R$ 22 mil mensais.

Garcia repete diversas vezes uma frase dita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em um debate para a Presidência da República: “A senhora é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”. Magalhães, que teve de sair escoltada por seguranças do local, repete que já publicou o contracheque, mas o parlamentar nega. Em alguns momentos, o deputado diz que está sendo agredido pela jornalista.

Veja as imagens:

Na madrugada desta quarta-feira (14/9), Vera Magalhães publicou vídeo em que diz ter sido agredida por Garcia.

 

“Eu estava sentada na primeira fileira do debate, local destinado aos jornalistas que iriam fazer perguntas aos candidatos, quando esse senhor se ajoelhou na minha frente, começou a me filmar sem que eu percebesse, me xingar de ‘vergonha do jornalismo’, reproduzindo a fala do presidente Jair Bolsonaro no outro debate, dizendo que eu ganho R$ 500 mil por ano, quando isso não é verdade”, disse.

A profissional repete que o salário é de R$ 22 mil, que o contrato é público e o deputado tem acesso.

“Ele veio mentir novamente, me acossar, me intimidar, achar que com isso vai me calar, vai me deixar ter medo. Isso não é aceitável. O Brasil é uma democracia. Uma democracia pressupõe imprensa livre”, afirmou Magalhães.

A jornalista também lembrou da pergunta feita ao candidato Ciro Gomes no outro debate, em que o presidente teria aproveitado para, segundo ela, a agredir: “Desde então, eu estou sofrendo ataques violentos e virulentos de uma base do bolsonarista autorizada pelo presidente da República. Porque ele me atacou, e essa base se sente autorizada a repetir os ataques”.

Ambos afirmaram que vão registrar boletim de ocorrência pela situação. “Questionei a Vera Magalhães sobre o contrato com a TV Cultura, ela perdeu a linha e chamou os seguranças”, apontou o deputado. “A Vera Magalhães está espalhando por aí que eu a agredi. Isso é mentira. Eu vou processar ela e quem divulgar isso por calúnia! Eu apenas a questionei educadamente, mas ela e seus amigos reagiram com agressividade”, postou Garcia em outra publicação.

Tarcísio Gomes de Freitas, candidato apoiado por Douglas Garcia e que participada do debate, divulgou nota em que lamenta e repudia o que ele chama de “agressão sofrida pela jornalista”.

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