Candidata disse que ex-assessor de ministro a ameaçou com arma
Mulher é testemunha da Operação Sufrágio Ostentação, que mira candidaturas laranja do PSL
atualizado
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Uma das candidatas que prestaram depoimentos à Justiça Eleitoral afirmou ter sido ameaçada com o uso de uma arma de fogo por um homem de confiança do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, para devolver o dinheiro do financiamento de campanha. Ela é uma das testemunhas da Operação Sufrágio Ostentação, que mira as candidaturas laranja do PSL.
A ação da Polícia Federal levou para a prisão temporária Mateus Von Rondon, assessor especial do ministro, apontado como o elo do PSL com as empresas. Em Minas, a Polícia Federal também prendeu Roberto Silva Soares. Robertinho, como é conhecido, foi preso em Ipatinga, Região Leste de Minas Gerais.
De acordo com as investigações, ele atuava como coordenador da campanha de Marcelo Álvaro a deputado federal.
Outro investigado preso é Haissander Souza de Paula, ex-assessor do ministro na Câmara Federal. Segundo a decisão do juiz da 26ª Vara Eleitoral, Renan Chaves Carreira Machado, ele foi citado em depoimento por Clauzenir Barbosa Pereira, que concorreu pelo PSL a deputada estadual em Minas Gerais, recebeu 2 mil votos, e não foi eleita.
De acordo com depoimento, De Paula era o idealizador da campanha e “inclusive colocou uma arma de fogo sobre a mesa durante uma reunião para intimidá-la” ao “insistir na devolução de verbas”.
Em decisão, o magistrado anotou que as gráficas investigadas “pouco ou nada” produziram para as campanhas de candidatas do PSL que as contrataram.
Procurado, o Ministério do Turismo informou que “aguarda o andamento do processo judicial para não submeter qualquer servidor a uma condenação sumária sem garantir o direito de defesa. Importante ressaltar que o servidor responde a suspeitas de eventuais irregularidades eleitorais no ano passado, sem qualquer vínculo com a atividade que desempenha” na pasta.
Na última quinta-feira (27/06/2019), quando a PF prendeu investigados na Operação Sufrágio Ostentação, o partido se manifestou.
O PSL vê a investigação como “seletiva” para atingir Bolsonaro. “Todos os partidos políticos do Brasil tiveram candidatas cujo resultado nas urnas foi aquém da expectativa”, diz o partido em nota. “Só podemos classificar essa como uma investigação seletiva, com o objetivo de atingir o partido ao qual o Presidente da República é filiado, embora ele não tenha nada a ver com isso. Todas as contas de campanha do PSL foram aprovadas pelo TSE e tudo foi feito dentro da legalidade.”