Campos Neto diz que continua até 2024 e minimiza pressão: “Faz parte”
Roberto Campos Neto disse que segue com convicção de seguir na presidência do Banco Central até o término de seu mandato, em 2024
atualizado
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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse, nesta quinta-feira (29/6), que segue convicto de que seguirá no comando da autoridade monetária até o término de seu mandato, em 2024.
Em coletiva de imprensa realizada na sede do BC, Campos Neto foi questionado se continua com convicção de ficar no cargo até dezembro de 2024, ao que respondeu apenas: “Continuo”.
Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ele tem sido alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de parlamentares aliados, alguns dos quais defendem sua saída antecipada do posto.
Pressões políticas
Campos Neto minimizou as pressões políticas por parte de autoridades do governo.
“Me sentir pressionado faz parte desse trabalho (de debate de juros). Há poucos presidentes do Banco Central do Brasil que passaram por aqui e não tiveram momentos de se sentir pressionados. Faz parte do trabalho”, disse.
Em seguida, ele ressaltou que reage a isso com medidas de comunicação e transparência, explicando para as demais instituições e para a sociedade qual é o trabalho do BC.
Autonomia
Sobre a autonomia do BC, aprovada por lei em 2021, Campos Neto disse que ela não deverá ser revertida e já é um processo consolidado.
“Acho que a autonomia hoje é um processo consolidado, não vejo ninguém falando que a autonomia foi um retrocesso. Aliás, todos os países desenvolvidos do mundo têm autonomia”, frisou. Ele ainda ressaltou que considera haver um processo contínuo de melhoria da governança.
Entre as características da autonomia, estão os mandatos não coincidentes, ou seja, os mandatos da diretoria do BC não coincidem com os mandatos do presidente da República. Campos Neto é o primeiro presidente da instituição não indicado pelo presidente da República de turno.
Em maio, após abertura de duas vagas (nas diretorias de Política Monetária e de Fiscalização), Lula indicou seus primeiros nomes para compor o colegiado: Gabriel Galípolo, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, e Ailton de Aquino, do quadro técnico do BC.
Os dois ainda aguardam sabatina pelo Senado Federal para assumirem os cargos. A aposta é que Galípolo seja indicado posteriormente para presidir o banco.
Concursos
O presidente do BC ainda defendeu a realização de concursos para ampliar o quadro de funcionários do órgão. Ele afirmou que algumas áreas da instituição estão “estranguladas” e indicou que tem conversado com a ministra Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) sobre o assunto. A pasta dela é responsável pela liberação dos certames.
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