“Caminho é a lei”, diz Santos Cruz após Bolsonaro ir a ato antidemocrático
Ex-secretário de Governo da Presidência da República enfatizou que o diálogo e a lei são o único caminho para a democracia
atualizado
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Ex-integrante da equipe do presidente Jair Bolsonaro e um dos principais nomes das Forças Armadas, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz defendeu o diálogo e a lei como caminho para fortalecer a democracia no país.
O militar reformado do Exército afirmou nesta segunda-feira (04/05) que “a violência não pode ser estimulada e aceita como uma opção de solução”, em referência velada aos ataques que simpatizantes bolsonaristas fizeram no último fim de semana a enfermeiros e jornalistas.
A mensagem surge um dia após o próprio presidente participar de atos antidemocráticos onde pregou que a sua paciência estava no “limite”. Na sequência, durante as manifestações desse fim de semana, jornalistas foram agredidos.
“O Brasil tem problemas no Legislativo, no Judiciário e no Executivo. Sempre terá, como é normal. Nunca seremos perfeitos”, iniciou Santos Cruz, em rede social.
“A violência não pode ser estimulada e aceita como uma opção de solução. Democracia tem discordâncias, disputas e paz social. O caminho é a lei e o diálogo”, complementou.
Veja, a seguir, a mensagem publicada no perfil oficial de Santos Cruz:
O Brasil tem problemas no Legislativo, no Judiciário e no Executivo. Sempre terá, como é normal. Nunca seremos perfeitos. A violência não pode ser estimulada e aceita como uma opção de solução. Democracia tem discordâncias, disputas e paz social.
O caminho é a lei e o diálogo.— General Santos Cruz (@GenSantosCruz) May 4, 2020
As agressões foram feitas por manifestantes caracterizados como apoiadores de Bolsonaro. O presidente disse, contudo, não ter visto. E alegou a possibilidade de os agressores serem “infiltrados”.
“Também condenamos a violência. Contudo, não vi tal ato, pois estava nos limites do Palácio do Planalto e apenas assisti a alegria de um povo que, espontaneamente, defendia um governo eleito, a democracia e a liberdade”, escreveu Bolsonaro.
Ao contrário do que disse Bolsonaro, manifestantes pediam, entre outras coisas, a queda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e uma “intervenção militar” a ser chefiada pelo atual presidente, que deixou a carreira militar no posto de capitão.