Câmara se prepara para instalação de comissão especial do impeachment
Eduardo Cunha e seus aliados contabilizam ter entre 37 e 39 dos 65 integrantes da comissão a favor do impeachment
atualizado
Compartilhar notícia
No dia em que serão eleitos os integrantes da comissão especial do impeachment da presidente Dilma Rousseff, deputados já começam a movimentar os corredores e o Salão Verde da Câmara. A sessão do plenário será aberta por volta das 10h, mas não há perspectiva de que a votação seja iniciada nesta manhã, já que os partidos têm até meio dia para indicar os membros para a comissão.
As 14 urnas que serão usadas para a votação estão instaladas e a equipe de limpeza já prepara o plenário para a sessão. Na reunião de dezembro, em que foi escolhida uma chapa para compor a comissão – mas acabou anulada pelo Supremo Tribunal Federal – houve bate-boca e urnas foram quebradas pelos parlamentares.
A previsão é que ela seja instalada ainda hoje, às 17h, com a definição do presidente e do relator do colegiado. Ontem, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que a regra para a escolha da cúpula da comissão ainda não está definida. “Pretendemos concluir amanhã (hoje), salvo algum percalço que possa existir. Estaremos disponíveis para estender o horário ao tempo que for necessário”, afirmou.
Encontro
Líderes da oposição e de partidos aliados a Cunha reuniram-se na noite de ontem na residência oficial da presidência da Casa para discutir a composição da comissão do impeachment. Cunha e seus aliados contabilizam ter entre 37 e 39 dos 65 integrantes da comissão a favor do impeachment.
Com essa quantidade de votos, o grupo conseguiria eleger o presidente e o relator da comissão. Os nomes defendidos no encontro são o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), para presidente e Jovair Arantes (GO), líder do PTB, para relator.
Esses dois postos são escolhidos por votação entre os membros do colegiado. Da base aliada, mas próximos a Cunha, os nomes foram escolhidos por não serem radicais e por terem trânsito dos dois lados. Inicialmente, eles não queriam ocupar os postos, mas foram convencidos após insistência.
Ala governista
A ala governista do PMDB terá maioria na comissão especial do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. Após acordo fechado nesta quinta-feira, a bancada decidiu que o grupo pró-impeachment terá apenas três das oito vagas titulares que o partido terá direito a indicar para o colegiado.
Da ala pró-impeachment, serão indicados os deputados Lúcio Vieira Lima (BA), Mauro Mariani (SC) e Osmar Terra (RS). Já as cinco vagas do grupo governista do PMDB serão ocupadas pelos deputados Leonardo Picciani (RJ), líder do partido na Casa, Washington Reis (RJ), José Priante (PA), João Marcelo (MA) e Valtenir Pereira (MT).
Apesar de ter minoria nas vagas titulares, no acordo fechado nesta quinta-feira ficou estabelecido que as alas pró-impeachment e governista do PMDB terão igual número de vagas de suplentes. Ou seja, cada grupo terá direito a indicar quatro suplentes.