Câmara pede que Guedes explique ameaça de tirar Caixa e BB da Febraban
O convite foi aprovada pela Comissão de Fiscalização e Controle. Dirigentes dos dois bancos também serão convidados
atualizado
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A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (31/9) um convite para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, esclareça a ameaça de que a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil possam sair da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) após a entidade decidir apoiar um manifesto pedindo a harmonia entre os Poderes e em defesa da democracia.
Para ouvir o ministro, o colegiado realizará uma audiência pública. A iniciativa aprovada é do presidente da comissão, deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ). Ele criticou o uso, por parte do ministro, dos bancos públicos para pressão política.
Segundo o deputado, a pasta comandada por Guedes tem se “perdido no discurso ideológico”, sem conseguir propor políticas capazes de gerar emprego ou de retomar um ambiente econômico mais profícuo.
“Conseguiram desempregar até o desempregado. Quem perdeu o seu negócio ou emprego foi dirigir Uber, mas não está conseguindo rodar por causa do alto preço da gasolina. E o ministério se perde em discussões ideológicas”, afirmou.
Além de Guedes, deputados da comissão também fizeram convites aos presidentes da Febraban, Isaac Sidney; da Caixa, Pedro Guimarães; do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro; e do Banco Central, Roberto Campos Neto. Todos serão questionados sobre o episódio.
Manifesto
Mais de 200 entidades assinaram o manifesto encabeçado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), de apoio à democracia. A instituição informou que o adiamento na divulgação do texto ocorreu devido a expectativa de receber “novas assinaturas”. A publicação estava prevista para esta segunda-feira (30/8) e o teor acabou vazando.
Na segunda-feira (30/8), Guedes disse que um manifesto seria divulgado por entidades empresariais e que o texto tinha como objetivo “criticar o governo”. Ele acusou a Febraban de ser responsável pela crítica. A Febraban nega a articulação para criticar o governo.
“A informação que eu tenho é de que havia um manifesto em defesa da democracia, e que alguém na Febraban teria mudado isso para, em vez de ser em defesa da democracia, ser um ataque ao governo”, declarou Guedes.
O texto pede harmonia entre os Três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. O intuito do documento é mostrar o incômodo do setor produtivo com a crise institucional promovida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).