Câmara: partidos disputam comissões-chave e atrasam decisões
Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), convocou reunião para esta terça (14/2) destinada a discutir a presidência dos colegiados da Casa
atualizado
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Terminou sem grandes definições a reunião de líderes de bancadas da Câmara dos Deputados convocada pelo presidente Arthur Lira (PP-AL), para a tarde desta terça-feira (14/2), destinada a discutir a presidência das 30 comissões permanentes da Casa.
A expectativa, porém, é de que Lira articule com deputados para uma definição até o fim desta semana. O deputado alagoano confidenciou aos líderes que pretende proceder com a instalação das comissões após o Carnaval.
Deputados que participaram da reunião afirmaram que o impasse se deve ao interesse das bancadas mais numerosas da Câmara em comandar os colegiados mais relevantes.
Vale lembrar que as comissões são reivindicadas pelos partidos, que levam vantagem na escolha dos colegiados conforme a proporcionalidade partidária. Sendo assim, as bancadas mais numerosas possuem prioridade na escolha das comissões. Hoje, as duas maiores bancadas são do PL, com 99 deputados, e da federação PT/PCdoB/PV (81 deputados).
“Naturalmente tem mais de um partido, mais de uma federação querendo uma única comissão. É que foi feito um acordo lá atrás, foi público, do PT à presidência da CCJ. Existem diálogos sobre as demais comissões. E esperamos que tudo seja definido antes do Carnaval”, enfatizou o líder do PSol, Guilherme Boulos (SP).
Principais partidos de oposição e governo, respectivamente, tanto o PL quanto o PT reivindicaram a Lira o comando de comissões-chave, embaralhando a disputa pela presidência dos colegiados de maior destaque. O único entendimento é na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que ficará com os petistas neste ano e com os opositores em 2024.
Com a CCJ encaminhada, a bola da vez, de acordo com líderes ouvidos pelo Metrópoles, é a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados (CFFC). Trata-se de uma comissão estratégica tanto para PL e PT, uma vez que o colegiado é o responsável pelo acompanhamento das contas do governo federal.
Os petistas também querem minar a possibilidade do PL chefiar a Comissão de Meio Ambiente. Recentemente, a ala mais bolsonarista do partido se mobilizou nos bastidores para que o ex-ministro Ricardo Salles (SP) comandasse a comissão. O assunto, porém, não evoluiu e o nome do ex-ministro sequer foi cogitado pelo partido para o pleito.