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Câmara dos Deputados elege presidente nesta quinta (2/2). Acompanhe

A sessão começou às 9h. Seis candidatos concorrem ao cargo que vale, na prática, a vice-presidência da República

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1 de 1 camara eleicao deputados votacao plenario - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A Câmara dos Deputados escolhe nesta quinta-feira (2/2) quem ficará à frente da Casa pelos próximos dois anos. A sessão, presidida inicialmente por Beto Mansur (PRB-SP) e depois por Waldir Maranhão (PP-MA), começou às 9h. Na contagem realizada por volta das 14h50, já havia 506
deputados no plenário — 465 deles tinha registrado votos. Para abrir os trabalhos era necessária a presença de 257.

A votação se encaminha para o fim. Às 14h40, 386 deputados já tinham votado.

Às 13h50, os parlamentares começaram a votar. O candidato à presidência precisa da maioria absoluta dos votos para vencer em primeiro turno, ou seja, precisa do voto de metade mais um dos presentes. Caso ninguém alcance a maioria absoluta dos votos, será realizado segundo turno entre os dois candidatos mais votados. No segundo turno, que é realizado no mesmo dia, será eleito o candidato que obtiver o maior número de votos.

Seis candidatos concorrem ao cargo que vale, na prática, a vice-presidência da República. Antes de Bolsonaro, já haviam registrado candidatura o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Luiza Erundina (PSOL-SP), Júlio Delgado (PSB-MG), André Figueiredo (PDT-CE) e Jovair Arantes (PTB-GO). Rogério Rosso (PSD-DF) desistiu após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, rejeitar os pedidos de impugnação da candidatura de Maia.

Acompanhe em tempo real:

 

O presidente da Câmara define a pauta que será discutida e votada em plenário, ou seja, tudo que é votado na Casa passa por ele. Além disso, também é o primeiro na linha de substituição do presidente da República.

O atual presidente da Câmara iniciou os discursos. Ele pediu o voto aos colegas do Legislativo e disse que todos têm o objetivo comum de fortalecer a Casa. Maia também defendeu a tramitação da reforma do regimento interno e afirmou que, para a população, a Casa parece um “picadeiro”.

O deputado foi seguido por Jair Bolsonaro, que o criticou ao afirmar que o atual presidente “baixa a cabeça” ao Judiciário. Antes disso, ele disse que “quem precisa de solução é o povo brasileiro”, para, logo depois, relembrar que foi candidato à presidência da Câmara em 2005. “A crise brasileira é ‘nos três poderes'”, acrescentou. Bolsonaro disse que a Câmara precisa ser “ativa, independente e responsável” e clamou por votos vindos “da razão e do coração”, e não de interesses partidários.

O terceiro candidato a se manifestar foi Jovair Arantes, principal concorrente de Maia. Ele prestou homenagem a ex-primeira dama Marisa Letícia, que está internada sem atividade cerebral após sofrer um derrame. Em seguida, afirmou que sabe que a presidência da Câmara “não é uma tarefa fácil”  e ressaltou que o chefe da Casa deve defender os colegas de ataques.

“Quem atacar um deputado vai estar atacando a instituição, e isso o presidente não vai permitir”, comentou o parlamentar, que salientou a necessidade de reforma no regimento da Casa. Depois, ele reclamou do fim das sessões após as 21h. “Aqui não é boate para funcionar à noite”, justificou, antes de prometer criar um comitê permanente de defesa parlamentar.

Júlio Delgado foi o quarto candidato a subir ao púlpito. Ele atacou o atual presidente da Casa. “A eleição de um candidato sub júdice pode trazer consequências muito piores para o parlamento”, criticou o deputado, que disputa o pleito pela terceira vez.

Na sequência, André Figueiredo (PDT-CE) começou o seu discurso. Ele disse que os deputados têm de escolher entre a “subserviência” ao poder executivo ou a “abertura” da Casa. Figueiredo afirmou ainda que 2016 foi “o ano da quebra da normalidade democrática no país, com o impeachment de Dilma”. “Não podemos permitir que isso volte a acontecer”, completou.

A deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) foi a última a falar. Ela garantiu que há interesses por trás de algumas candidaturas e citou o “golpe parlamentar” que “feriu de morte nossa democracia” e “pariu um governo ilegítimo”. Por fim, ela prometeu resgatar a dignidade da “Casa do povo”.

Para vencer, o candidato precisa da maioria absoluta dos votos em primeiro turno. Se houver segundo turno, ganha o mais votado. O processo eleitoral é secreto. Além do comando da Casa, os parlamentares elegem a primeira e segunda vice-presidências e a primeira, segunda, terceira e quarta secretarias.

Barrados
O vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão, impugnou na manhã desta quinta seis candidaturas que haviam sido registradas para cargos da Mesa Diretora. A votação para escolher quem vai ocupar as vagas ocorre após a eleição para presidente da Casa.

Waldir Maranhão, que presidirá a sessão, barrou as candidaturas de Silvio Costa (PTdoB-PE) para a primeira vice-presidência, de Valtenir Pereira (PMDB-MT), Kaio Maniçoba (PMDB-PE) e Jaime Martins (PSD-MG) para a primeira secretaria e de Daniel Vilela (PMDB-GO) para a quarta secretaria.

Segundo a Secretaria-Geral da Mesa Diretora, 14 urnas eletrônicas serão instaladas para a votação.

Impedido de disputar a primeira vice-presidência, o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) disse que vai recorrer ao plenário contra a decisão de Waldir Maranhão de indeferir sua candidatura. Costa insistiu que tem o direito de se registrar como candidato e acusou o atual presidente e candidato à reeleição, Rodrigo Maia, de, junto com o governo, passar o “rolo compressor”.

Campanha
Desde as primeiras horas da manhã, cartazes de campanha dos candidatos a todos os cargos ocupavam uma das entradas da Câmara. Nos corredores do prédio, pessoas com camisetas em alusão aos parlamentares distribuíram panfletos. No lado externo, inclusive, nas vias em volta do Congresso, havia cordão de isolamento.


Veja a lista completa dos candidatos à Mesa Diretora:

Presidência
Andre Figueiredo (PDT-CE)
Jair Bolsonaro (PSC-RJ)
Jovair Arantes (PTB-GO)
Júlio Delgado (PSB-MG)
Luiza Erundina (Psol-SP)
Rodrigo Maia (DEM-RJ)

Primeira vice-presidência
Fábio Ramalho (PMDB-MG)
José Priante (PMDB-PA)
Lucio Vieira Lima (PMDB-BA)
Osmar Serraglio (PMDB-PR)
Silvio Costa (PTdoB-PE)

Segunda vice-presidência
André Fufuca (PP-MA)
Eduardo da Fonte (PP-PE)

Primeiro secretário
Giacobo (PR-PR)
Jaime Martins (PSD-MG)
Kaio Maniçoba (PMDB-PE)
Valtenir Pereira (PMDB-MT)

Segundo secretário
Carlos Sampaio (PSDB-SP)
Mariana Carvalho (PSDB-RO)

Terceiro secretário
JHC (PSB-AL)
João Fernando Coutinho (PSB-PE)

Quarto secretário
Daniel Vilela (PMDB-GO)
Rômulo Gouveia (PSD-PB)

Suplentes de secretário
1º Suplente: Pedro Uczai (PT-SC)
2º Suplente: César Halum (PRB-TO) e Tenente Lúcio (PSB-MG)
3º Suplente: Dagoberto (PDT-MS)
4º Suplente: Carlos Manato (SD-ES); Felipe Bornier (Pros-RJ) e Takayama (PSC-PR)

(Com Agência Brasil)

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