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Câmara: deputadas batem boca no plenário por causa de Daniel Silveira

Fernanda Melchionna cobrou que decisão do Conselho de Ética contra Silveira fosse pautada. Major Fabiana retrucou e as duas discutiram

atualizado

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Deputadas batem boca
1 de 1 Deputadas batem boca - Foto: Reprodução

As deputadas federais Major Fabiana (PL-RJ) e Fernanda Melchionna (PSol-RS) bateram boca, nesta quarta-feira (30/3), após a psolista cobrar que a Casa vote a decisão do Conselho de Ética de suspender o mandato do deputado Daniel Silveira (União-RJ). Há duas decisões do colegiado de junho e julho do ano passado pedindo a suspensão do mandato por dois e seis meses, respectivamente. Nenhuma delas foi analisada pelo plenário.

“Uma prioridade é a votação do Conselho de Ética que decidiu pela suspensão do mandato desse cidadão que foi preso pelo STF, que ficou bastante tempo preso e teve a pena relaxada para usar tornozeleira e durante várias vezes desrespeitou o uso da tornozeleira”, disse Fernanda Melchionna.

“Mentira, presidente”, retrucou Fabiana. “Não seja uma estelionatária da confiança das pessoas…”, dizia a aliada de Silveira. “Estelionatária é tu”, rebateu Fernanda. Então, iniciou-se um bate-boca entre as parlamentares.

Rosângela Gomes, então, interveio. “Eu peço ao plenário que se recomponha, por gentiliza. Sâmia [Bomfim, líder do PSol], Fernanda e Major Fabiana, por favor. A gente sempre procura tratar todos os partidos com neutralidade, com respeito e com carinho”, afirmou a presidente em exercício.

Veja imagens do bate-boca:

Com o tumulto, a deputada Rosângela Gomes (Republicanos-RJ), que presidia a sessão, estabeleceu um intervalo de três minutos até os ânimos se acalmarem.

Conselho de Ética

A primeira punição ao deputado bolsonarista foi aplicada pelo colegiado em junho de 2021. No processo, Silveira é acusado de ter gravado clandestinamente uma reunião da bancada do PSL, seu partido, em outubro de 2019. Ele foi suspenso por dois meses.

O outro caso decorre da acusação de quebra de decoro parlamentar por ter gravado e divulgado um vídeo em que incita a violência contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e exalta o Ato Institucional nº 5 (AI-5). Por esse, de julho de 2021, foi condenado a seis meses.

“Sujeito medíocre”

Silveira passou a noite no gabinete em protesto contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar que a Polícia Federal recoloque a tornozeleira eletrônica no congressista, também proibido de participar de eventos públicos. Além disso, ele não poderá se ausentar do Rio de Janeiro, salvo para ir a Brasília para exercer o mandato de deputado federal.

Silveira quer que a Câmara paute e suste a decisão de Moraes. No plenário, na terça-feira à tarde (29/3), o deputado disse que não cumpriria a decisão do ministro e chamou Moraes de “sujeito medíocre”. Pouco depois, o ministro do STF autorizou a Polícia Federal e a Vara de Execuções Penais a cumprir a decisão dentro da Câmara, se necessário.

À noite, ele afirmou que dormiria no plenário, pois o “plenário é inviolável” e desafiou o ministro.

“Vou [passar a noite no plenário], mas isso não é relevante. Não tem relevância nenhuma. Quero ver até onde vai a petulância de alguém pra romper com os outros dois Poderes. O plenário é inviolável, quero saber se ele quer dobrar essa aposta e mostrar que ele manda nos outros Poderes”, desafiou.

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