Câmara chama Guedes para explicar distorções de dados na Previdência
Guedes faltou a uma audiência marcada para esta quarta com o objetivo de esclarecer divergências de números oficiais apontadas pelo TCU
atualizado
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A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (9/6), a convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, para prestar esclarecimentos sobre possíveis distorções bilionárias em dados de Previdência do governo. As distorções foram identificada por técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU).
Com a convocação, Guedes é obrigado a comparecer à Câmara. Ela foi aprovada após o ministro faltar a uma audiência conjunta conjunta das comissões de Fiscalização Financeira e Controle, e de Defesa do Consumidor, que estava prevista para esta quarta.
O requerimento de convocação foi apresentado pelo deputado Leo de Brito (PT-AC).
“Isso que está acontecendo agora, infelizmente, é a falta de palavra do governo aqui na comissão. O governo precisa cumprir seus acordos. A gente aceitou transformar em convite a vinda do ministro, mas infelizmente aconteceu o que aconteceu. Mais uma vez, um desrespeito à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, que eu quero lamentar”, reclamou o deputado.
Segundo ele, a projeção de valores a serem desembolsados no futuro para pagar a Previdência dos servidores estaria inflacionada. Além disso, no caso dos benefícios de militares inativos, as cifras teriam sido subavaliadas em cerca de R$ 45 bilhões.
Quebra de acordo
O presidente da Comissão de Fiscalização Financeira, deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), argumentou que houve quebra de acordo por parte do governo e, por isso, foi feita a convocação do ministro.
Ele lembrou que a primeira data prevista para a vinda do ministro à comissão era 4 de maio. No entanto, nesse dia, ele participou de outra audiência na Câmara. O colegiado pautou, então, sua convocação, que foi transformada em convite, com vinda para esta quarta.
“O governo propôs um acordo com data definida para a vinda presencial de sua excelência: quarta-feira, dia 9 de junho. Ouvidos os membros desta comissão, assenti com o acordo proposto pelos deputados Evair Vieira de Melo (PP-ES) e Sanderson (PSL-RS) e deixei claro que nova ausência do ministro implicaria a votação de sua convocação sem a apresentação de obstrução por parte do governo e sua base, firmando acordo nestes exatos termos”, argumentou Ribeiro.
“Assim, concretizada a ausência do ministro da Economia, colocamos em votação o requerimento e aprovamos a convocação”, concluiu.