metropoles.com

Câmara aprova projeto que facilita privatização do saneamento

Novo Marco Legal do Saneamento Básico já havia sido apresentado como Medida Provisória, mas caducou

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
EBC/DIVULGAÇÃO
SONY DSC
1 de 1 SONY DSC - Foto: EBC/DIVULGAÇÃO

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (11/12/2019), por 276 votos a 124 (e uma abstenção), o texto base do novo Marco Legal do Saneamento Básico, que abre caminho – apesar de ainda carecer de regulamentação – para a privatização da exploração dos serviços de água e esgoto nas cidades brasileiras. A prática não é proibida hoje, mas terá as regras simplificadas se o Projeto de Lei entrar em vigor. O texto terá de voltar ao Senado.

A sessão que analisou o tema foi palco de um grande embate entre os partidos de esquerda – que obstruíram o quanto puderam a votação – e as demais siglas que compõem a Casa.

Os argumentos da oposição se concentraram na luta contra a “privatização da água”, com discursos baseados no medo de o serviço diminuir em qualidade e aumentar no preço, se tornando inviável para a população mais pobre.

Já parlamentares governistas (ou favoráveis a esse projeto em especial) defenderam a necessidade de modernizar a legislação para possibilitar que o saneamento básico chegue a mais brasileiros, pois cerca de 100 milhões de pessoas não teriam acesso ao serviço.

O ponto mais polêmico do texto é o que torna obrigatória a licitação do serviço de saneamento com concorrência entre empresas privadas e estatais. Hoje, gestores podem optar por firmar contratos direto com as estatais, sem licitação: os chamados contratos de programa.

Longo caminho
A tramitação desse texto enfrentou muita dificuldade no Congresso desde o início. Primeiro, o novo Marco Legal chegou na forma de Medida Provisória editada pelo governo federal, a MP 868/2019. Mas o esforço dos partidos de esquerda – junto com a falta de vontade do Centrão em ajudar o Palácio do Planalto – ajudou o texto a ficar esquecido até perder valor.

Para substituir a MD que caducou, o Projeto de Lei nº 3.261 de 2019 foi apresentado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e foi aprovado em junho pelo Senado.

O texto que veio do Senado, porém, foi dispensado nesta quarta pelos deputados, por 253 votos a 17, e substituído pelo PL 4.162/2019, enviado pelo Executivo. O próprio relator da matéria na Câmara, deputado Geninho Zuliani (DEM-SP), apoiou o requerimento de preferência ao novo texto – que ganhou boa parte da redação do antigo, mas foi mudado em alguns pontos para facilitar a aprovação.

Uma primeira tentativa de fazer valer regras parecidas já havia acontecido em 2018, quando o então presidente Michel Temer (MDB) editou uma MP nesse sentido, que também caducou.

Apoio do NE
Apesar do barulho da oposição, a aprovação era dada como certa desde o início, até porque havia a informação de que os governadores do Nordeste já haviam sinalizado nos bastidores apoio ao projeto.

Quando o governo apresentou a MP, a promessa era de que as novas regras poderiam gerar R$ 500 bilhões em investimentos e até 700 mil empregos ao longo de 14 anos.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?