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Câmara aprova MP que fixa e torna permanente Auxílio Brasil de R$ 400

A proposta ainda precisa passar pelo crivo do plenário do Senado Federal antes de ir à sanção presidencial. Prazo se encerra em 16 de maio

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plenário da Câmara visto de cima
1 de 1 plenário da Câmara visto de cima - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Câmara dos Deputados votou e aprovou, por 418 a 7, nesta quarta-feira (27/4), Medida Provisória (MP) que concede benefício extraordinário e fixa em R$ 400 o valor mínimo do Auxílio Brasil – programa social substituto ao extinto Bolsa Família, que terminou em outubro do ano passado. A redação aprovada nesta tarde também torna o programa permanente.

A proposta ainda precisa passar pelo crivo do plenário do Senado Federal antes de ir à sanção presidencial. O prazo para votação pelo Congresso Nacional se encerra em 16 de maio.

A MP havia sido editada, inicialmente, para dezembro do ano passado. Ocorre, porém, que a sua respectiva criação dependia da aprovação do Parlamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, que permitiu a renegociação do pagamento de precatórios.

A postergação da quitação dos débitos da União abriu margem fiscal para a execução do Auxílio Brasil. No entanto, sua promulgação só ocorreu ao final do ano passado, atrasando os planos do Executivo federal e postergando a votação da MP para o início deste ano.

Sem a proposta legislativa, havia o risco de que o Executivo fosse obrigado a furar o teto de gastos do Orçamento de 2022 para pagamento do benefício. Como contrapartida, deputados e senadores exigiram que o Auxílio Brasil tornasse programa permanente. A vontade do governo era ofertar o benefício de forma temporária.

O Auxílio Brasil é uma das apostas de Bolsonaro para buscar a reeleição neste ano. O programa social prevê o pagamento de parcelas de até R$ 400 a 17 milhões de pessoas. O valor é acima do benefício anteriormente pago no âmbito do Bolsa Família.

O deputado federal João Roma (PL-BA), ex-ministro da Cidadania, foi designado relator da medida. Em plenário, lembrou que o Executivo já está executando os pagamentos do benefício desde o início deste ano.

“Esses recursos desde o início do ano de 2022 têm sido transferidos para as famílias pobres beneficiárias do programa. Medida que se revela extremamente importante para reforçar a proteção social dos mais vulneráveis, sobretudo, para que possam seguir com o mínimo de dignidade frente aos crescentes custos dos índices essenciais de consumo, como alimentação”, defendeu o ex-ministro da Cidadania.

Veja o que se sabe sobre o Auxílio Brasil: 

1. De quanto será o benefício?

O governo federal pretende pagar R$ 400 para 17 milhões de famílias de baixa renda atendidas pelo novo Bolsa Família. O programa social deve custar aos cofres públicos R$ 84,7 bilhões em 2022.

2. Quando começou a valer?

O pagamento do Auxílio Brasil começou em novembro do ano passado. O mês não teve novas parcelas do Auxílio Emergencial, já que a última foi pega em outubro.

3. Quem deve receber o benefício?

O auxílio será pago a famílias em situação de extrema pobreza e em situação de pobreza – desde que um dos membros sejam gestantes ou pessoas com menos de 21 anos.

  • situação de extrema pobreza: famílias com renda de até R$ 89 por pessoa.
  • situação de pobreza: famílias com renda mensal que varia de R$ 89,01 a R$ 178 por pessoa.

4. Como faço o cadastramento?

Ainda não há detalhes, mas a expectativa é de que sejam usados os próprios dados do Bolsa Família e do Cadastro Único.

5. Quais são as modalidades do programa?

Três benefícios vão formar o “núcleo básico” do programa:
  • Benefício Primeira Infância: para famílias com crianças de até 3 anos incompletos;
  • Benefício Composição Familiar: para famílias que tenham gestantes ou pessoas de 3 a 21 anos;
  • Benefício de Superação da Extrema Pobreza: esse benefício será dado se a renda mensal per capita da família ainda estiver abaixo da linha de extrema pobreza mesmo após computadas as “linhas” anteriores.

Outros seis benefícios serão pagos à base atual do Bolsa Família:

  • Auxílio Esporte Escolar: destinado a estudantes com idades entre 12 e 17 anos incompletos que se destaquem nos Jogos Escolares.
  • Bolsa de Iniciação Científica Junior: destinada a estudantes com bom desempenho em competições acadêmicas.
  • Auxílio Criança Cidadã: para o responsável por família com criança de zero a 48 meses incompletos que não consiga vaga em creches públicas ou privadas.
  • Auxílio Inclusão Produtiva Rural: pago por até 36 meses aos agricultores familiares inscritos no Cadastro Único.
  • Auxílio Inclusão Produtiva Urbana: destinado a quem estiver na folha de pagamento do programa e comprovar vínculo de emprego formal.
  • Benefício Compensatório de Transição: destinado a famílias que estavam na folha de pagamento do Bolsa Família e perderem parte do valor recebido na transição para o Auxílio Brasil.

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