Calheiros rebate críticas de Flávio Bolsonaro: “Não afetam a CPI nem a mim”
Nessa sexta (16/10), ao saber da possibilidade de ser indiciado, o filho do presidente divulgou nota falando do trabalho do relator da CPI
atualizado
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Após o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) ter declarado que o relatório final da CPI da Covid-19 seria uma “alucinação”, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) decidiu responder a alfinetada. Segundo o congressista, os comentários não afetam os trabalhos da comissão e nem a ele.
Depois de quase seis meses de investigação, as críticas ao relator da CPI se intensificaram na última semana por parte do clã Bolsonaro. O motivo é o possível indiciamento dos três filhos políticos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), além do próprio chefe do Executivo Federal.
O parecer final assinado por Renan Calheiros tem como intenção mostrar que as mais de 600 mil mortes pela doença não se limitaram a integrantes do governo, mas a toda uma rede próxima ao presidente. O documento será lido no dia 19 de outubro.
“Desde quando a CPI decidiu me indicar como relator, os filhos do Bolsonaro decidiram judicializar minha posição. As declarações não afetam os trabalhos da CPI e nem a mim. É preciso lembrar que o apoio popular à CPI chegou a bater 78% nas pesquisas do Datafolha”, afirmou em entrevista à jornalista Patricia Calderón, da Jovem Pan News Fortaleza na manhã deste sábado (16/10).
Calheiros enumerou as acusações aos filhos do presidente. “Carlos e Eduardo Bolsonaro devem ser indiciados por crimes de fake news. E Flávio Bolsonaro deve ser indiciado pelo crime de fake news e advocacia administrativa”, destacou o relator.
“Peça política”
Nessa sexta-feira (16/10), ao saber dessa possibilidade, Flávio divulgou uma nota debochando do trabalho de Renan.
“Essa é uma peça política. Como o Renan [Calheiros] é muito próximo do Lula e do PT, ele já tenta usar isso como instrumento para tentar desgastar o presidente Bolsonaro para 2022″, disse o senador. “Como ele [Renan Calheiros] tem coragem de dizer de genocídio indígena?”, completou.
Veja os crimes que devem ser imputados ao presidente Jair Bolsonaro:
- Crime de epidemia com resultado de morte;
- Crime de infração a medidas sanitárias preventivas;
- Crime de emprego irregular de verba pública;
- Crime pela incitação ao crime;
- Crime de falsificação de documentos particulares;
- Crime de charlatanismo;
- Crime de prevaricação;
- Crime de genocídio de indígenas;
- Crime contra a humanidade;
- Crime de responsabilidade;
- Crime de homicídio comissivo por omissão no enfrentamento da pandemia.