Calheiros critica decisão de Nunes Marques sobre motoboy: “Retrocesso”
Liminar expedida pelo ministro do STF autorizou a motoboy da VTClog faltar à depoimento da CPI da Covid-19
atualizado
Compartilhar notícia
Relator da CPI da Covid-19, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) criticou a decisão liminar do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que permitiu ao motoboy Ivanildo Gonçalves Silva se abster de comparecer para depor ao colegiado nesta terça-feira (31/8). O parlamentar afirma que a sentença configura “retrocesso à jurisprudência” da própria Corte.
“Nós tínhamos comemorado e fizemos justiça quando o Supremo Tribunal Federal, em uma das primeiras decisões com relação à oitiva de testemunha, aclarou essas circunstâncias e disse que a testemunha estaria obrigada a responder sobre qualquer pergunta que fosse formulada”, disse.
“O que aconteceu, lamentavelmente, com a decisão de ontem foi um retrocesso com relação à essa jurisprudência adotada pelo Supremo Tribunal Federal. O ministro alegou que não havia pertinência temática? Como não?”, indagou o senador.
Na avaliação do senador, a decisão do ministro “colabora para que a impunidade se mantenha firme e forte”. Ele defende que a oitiva seja remarcada e ressaltou os indícios de irregularidades envolvendo o motoboy.
“Um motoboy sacou do dinheiro sagrado do povo brasileiro mais de R$ 5 milhões em espécie. Testemunhas dizem que esse dinheiro foi tirado diretamente do banco e entregue a beneficiários”, enfatizou.
Crítica a Bolsonaro
O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), também criticou a decisão do ministro e aproveitou para provocar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Somos diferente do presidente Bolsonaro, que quando é contrariado entra com impeachment contra ministros. Nós respeitamos as decisões e não vamos entrar com nenhum pedido de impeachment contra ministro por decisões contrárias”, provocou o senador, referindo-se ao pedido de impeachment pautado pelo presidente da República contra o ministro Alexandre de Moraes.
“Respeitamos todas as decisões que o Supremo ou qualquer instância tem tomado em relação à CPI, mas temos o direito de recorrer”, enfatizou.