Cálculo de superávit na Previdência “é enganoso”, diz Meirelles
O ministro da Fazenda saiu em defesa da reforma na Previdência e afirmou que existe um déficit de R$ 150 milhões
atualizado
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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira (4/4) que aqueles que negam a existência de um déficit na Previdência usam um argumento “falacioso”. “Se considerarmos só as despesas do INSS, aí sim você poderia indicar enganosamente um superávit. Mas se considerar todas as despesas relacionadas à seguridade social, o déficit é de R$ 150 bilhões”, rebateu o ministro, após participar de evento em São Paulo organizado pelo jornal britânico Financial Times.
Ainda sobre a Previdência, o ministro afirmou que tem feito reuniões com parlamentares de partidos da base aliada do governo, “não da oposição”, e disse que o debate é intenso. “Estamos bastante confiantes na aprovação da reforma”, declarou.
Questionado sobre a retirada dos servidores estaduais e municipais da proposta de reforma enviada pelo governo, Meirelles reforçou a tese do governo de que a exclusão destas categorias foi uma tentativa de respeitar a autonomia dos entes da federação, que, conforme disse, devem fazer as suas próprias reformas.
Em relação à idade mínima de 65 anos, o ministro saiu em defesa da regra ao argumentar que os mais pobres já se aposentam com essa idade porque não conseguem o benefício por meio do tempo mínimo de contribuição, uma vez que, por serem menos escolarizados, têm menos acesso ao mercado de trabalho formal.
Além disso, Meirelles voltou a reforçar que a reforma da Previdência tenta garantir a estabilidade fiscal e evitar que as contas do governo federal cheguem à situação de calamidade financeira vivida pelo Estado do Rio de Janeiro. “O importante é que todos tenham a garantia de que receberão a aposentadora”, afirmou.Ao comentar a previsão do governo de chegar ao quarto trimestre de 2017 com um crescimento econômico de 2,7% em relação aos últimos três meses de 2016, Meirelles destacou que, se confirmada, a expansão representará uma “mudança extraordinária” no comportamento da economia brasileira, após lembrar que o PIB recuou 3,6% no ano passado.