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Caiado evita criticar Bolsonaro, mas reforça quarentena em Goiás

Em Águas Lindas, governador de Goiás não quis opinar diretamente sobre conduta do presidente, dizendo que só responde pelos próprios atos

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Ronaldo Caiado
1 de 1 Ronaldo Caiado - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), não quis comentar, neste sábado (11/04), seu relacionamento político com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com quem está rompido desde março.

Ambos estiveram em Águas Lindas, no Entorno do Distrito Federal (DF), para visita técnica ao primeiro hospital federal de campanha, que irá receber casos de Covid-19.

Em entrevista coletiva, Caiado demonstrou incômodo com as perguntas e destacou que a quarentena em Goiás está mantida, ainda que o presidente defenda que ela seja minimizada e envolva apenas idosos.

Ele disse ainda que, como governador, sua função era “agradecer”, mas reforçou que o posicionamento é pela manutenção do isolamento, seguindo os critérios do Ministério da Saúde.

“Será possível [não perguntar sobre divergências políticas] em uma hora desta, que nós estamos tendo que ter gestos humanitários? A discussão é aquilo que vocês viram eu manter: aqui o meu decreto é de isolamento até dia 19. O que nós estamos fazendo aqui não é isso de ‘ficou de bem, ficou de mal’, deve ter uma análise mais profunda diante das pessoas que podem morrer”, criticou ele.

Confrontado sobre o motivo pelo qual Bolsonaro escolheu Goiás, que tem 191 registros da doença e não está entre os estados com maiores taxas de contaminação pelo novo coronavírus, Caiado atribuiu à proximidade com Brasília. No DF, são 555 casos confirmados, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

“É uma região de 1,2 milhão de pessoas, altíssimo risco, próximo a Brasília, que tem alta incidência de contaminação, onde as pessoas trabalham e não há uma estrutura hospitalar. Será que isso toca um pouco o coração das pessoas?”, disparou.

Caiado tampouco quis tecer críticas ao comportamento do presidente, que continuadamente promove aglomerações, afirmando que só responde pelos próprios atos. “Você me viu indo a algum local? A situação do presidente cabe a ele. A mim, como médico e governador, cabe tomar as medidas que tomei e pratico. Não estou aqui na posição de juiz, estou na posição de governante que tem de dar o exemplo.”

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