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Cabral e Pezão juntos outra vez – agora, na prisão

Ex-companheiros de chapa, os dois ex-governadores do RJ se reencontrarão na Unidade Prisional da PM, em Niterói, para cumprir suas penas

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Marino Azevedo/Gov do Rio de Janeiro
Sérgio Cabral ex-governador do Rio de Janeiro
1 de 1 Sérgio Cabral ex-governador do Rio de Janeiro - Foto: Marino Azevedo/Gov do Rio de Janeiro

O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, autorizou o ex-governador Sérgio Cabral (MDB) a deixar o presídio de Bangu 8, onde cumpre pena desde 2016. O magistrado atendeu pedido da defesa e Cabral será transferido para a Unidade Prisional da PM em Niterói, onde o também ex-governador Luiz Fernando Pezão está aprisionado desde novembro de 2018.

Em pedido a Bretas, a defesa de Cabral alegou “comportamento carcerário exemplar” e o risco que o ex-governador enfrenta por “desagradar inúmeras pessoas, inclusive dentro da própria unidade prisional” por confessar delitos durante sua gestão.

Sérgio Cabral já está condenado a 233 anos e 11 meses de prisão. Ele governou o Rio por dois mandatos, entre 2007 e 2014. Pezão foi seu vice e assumiu o governo quando Cabral renunciou, em abril de 2014, para concorrer ao Senado, mas acabou desistindo.

Em novembro de 2016, o ex-governador foi preso na Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato, por ordem do juiz Bretas.

Sufocado por tantas condenações, e réu em outras ações ainda em curso, Cabral decidiu mudar a estratégia de defesa e passou a confessar ilícitos em seus mandatos no Palácio Guanabara.

Em audiência com Bretas, em fevereiro deste ano, Cabral declarou; “Apego ao poder e ao dinheiro é um vício”.

Os advogados de Cabral também pediram que ele não seja transferido no “xadrez” da viatura devido à “nova postura adotada pelo acusado”.

Em sua decisão, Bretas ressalta ser “notório” que o ex-governador tenha adotado uma postura colaborativa com as investigações e que tal ação “pode gerar certas animosidades dentro do ambiente carcerário”.

“Não obstante não haja certeza quanto à existência de riscos/ameaças à integridade física do requerente, entendo que a suspeita de eventuais riscos à segurança do preso, aliado ao temor relatado pelo acusado e a sua nova postura, são suficientes para justificar a transferência para outra unidade prisional”, pondera o juiz da Lava Jato Rio.

Alegando coerência com decisões semelhantes, em especial no caso de Luiz Fernando Pezão, que ao ser preso foi levado para a Unidade Prisional da PM em vez de a outro presídio, Bretas decretou a transferência de Cabral para o mesmo endereço.

O juiz também afirmou não ter oposição ao deslocamento de Cabral em “local diverso do ‘xadrez’ da viatura policial”, mas deixou a decisão final por conta da Polícia Federal, que deverá “avaliar e decidir a respeito do local mais adequado do transporte do preso”.

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