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Cabral diz que anel foi “presente de puxa-saco” dado para agradá-lo

O ex-governador também disse que não participou da organização da licitação da reforma do Maracanã

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CARLOS MAGNO / GOVERNO DO RIO DE JANEIRO
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1 de 1 TROCA-CABRAL-840×560 - Foto: CARLOS MAGNO / GOVERNO DO RIO DE JANEIRO

O ex-governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), disse, durante depoimento que investiga suas fraudes em obras do estado, que o anel de cerca de R$ 800 mil (220 mil euros) comprado pelo empresário da Delta, Fernando Cavendish, para a então primeira-dama do Rio Adriana Ancelmo, em Nice, “foi um presente de puxa-saco”, dado para agradá-lo. Cabral também declarou que o empresário mentiu no depoimento da segunda-feira (4/12) ao dizer que o objeto foi um “anel de compromisso” com o ex-governador. A contrapartida ao mimo, segundo Cavendish, teria sido a participação da Delta nas obras de reforma do Maracanã para a Copa de 2014.

“Esse pobre sujeito está desesperado por esta acusação de ter lavado mais de R$ 300 milhões. Ele vai mudando a versão dele de acordo com os interesses da acusação. Ele me deu a oportunidade de dizer ao senhor (juiz Marcelo Bretas) que ele é um mentiroso. Ele me entregou o anel de presente, um presente de puxa-saco, querendo me agradar e que foi devolvido”, disse Cabral, em interrogatório na tarde desta terça-feira (5) para a 7ª Vara Federal Criminal.

Confira vídeo de Cabral sendo encaminhado para o depoimento:

Questionado por Bretas se não seria estranho aceitar um presente de tão alto valor, Cabral respondeu que não sabia o seu preço. “Não perguntei o valor do presente, seria uma indelicadeza”, disse.

O ex-governador também negou que o anel tenha sido usado como moeda de troca para a obra. “Ele (Cavendish) está desesperado com medo de ir para a cadeia de novo. Tenta converter um presente dado um ano antes da licitação em negociata. Eu devolvi o anel em 2012 e não quis mais conversa com ele, rompemos relações”, comentou Cabral, que afirmou ser “risível” a acusação de Cavendish.

O acusado também disse que os empresários que contaram ter repassado propinas para ele “são dignos de pena”. Também negou favorecimento em licitações e voltou a admitir o uso pessoal de caixa dois.

“Nunca recebi propina, nem no Maracanã, nem em nenhuma obra. O que recebi dessas empresas foi colaboração de campanha e eles misturam colaboração de campanha com propina”, disse.

Nesta terça-feira, Cabral compareceu para depor no processo que investiga supostas fraudes em licitações em obras do estado, como na reforma do Maracanã e no PAC das Favelas. Também serão interrogados Hudson Braga, ex-secretário de Obras da gestão de Cabral, e empresários que tinham contratos com o Estado.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a denúncia se refere aos pontos de interseção entre dois supostos esquemas criminosos. Eles são investigados nas Operações Calicute e Saqueador, “referindo-se especificamente às tratativas levadas a efeito pelos executivos das empreiteiras Delta, Andrade Gutierrez, Carioca Engenharia, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Camter e EIT”.

As investigações abordam suposta fraude nas licitações de dois conjuntos de obras executadas pelo governo do Rio com recursos federais, “além da formação de grupo cartelizado que atuava para eliminar a concorrência nas grandes obras públicas executadas por aquele Governo estadual”, segundo o MPF.

Para se defender das acusações de formação de cartel nas obras do Maracanã e do PAC das Favelas, o ex-governador citou, também, um bordão associado ao ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros.

“Eu não sou Adhemar de Barros, “rouba, mas faz”. Eu realizo, eu realizei” disse Cabral, que chegou ao prédio da Justiça Federal com a biografia de Nelson Mandela na mãos.

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