Brasília e Rio têm atos contra o governo Temer
Manifestantes fazem piquenique em frente ao Palácio da Alvorada a favor da presidente afastada Dilma Rousseff. Na capital fluminense, ativistas se concentram no centro da cidade. A adesão aos protestos, no entanto, é minguada
atualizado
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Brasília e Rio de Janeiro promoveram protestos simultâneos contra o governo Michel Temer na manhã deste domingo (22/5). Na capital federal, cerca de 50 pessoas, segundo a Polícia Militar, se mobilizaram na Concha Acústica, às margens do Lago Paranoá e se deslocaram para o Palácio da Alvorada. O local continua como residência da presidente afastada Dilma Rousseff mesmo após ela ser obrigada a deixar as funções até que o processo de impeachment seja julgado em definitivo. Os organizadores, entretanto, contabilizam 150 ativistas. Com uma adesão minguada, a manifestação expõe o momento de fragilidade da petista, que enfrenta dificuldades em mobilizar apoiadores ao redor do país.
A manifestação, organizada pelo Facebook na página de Cynara Menezes, conhecida como Socialista Morena, tem a forma de um piquenique. Além de promover um ato a favor de Dilma, o grupo também cobra a cassação do mandato do presidente da Câmara afastado, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), investigado no âmbito da Operação Lava Jato.O clima é amistoso, com pessoas sentadas no chão fazendo piquenique. Eles cantam “Fora, Temer; fica, querida”. Para o servidor público Ricardo Guanabara, que participou do evento com a esposa e as gêmeas de 8 anos, “vir aqui hoje significa dar apoio à presidente Dilma, não reconhecer o golpe nem a administração Temer. Os movimentos populares e sociais não aceitam esse golpe antidemocrático”.
A servidora pública Patrícia Menezes acredita que Dilma poderá voltar ao poder caso a análise do impedimento seja técnica, e não meramente política. “O mérito jurídico ainda não foi julgado. Esperamos que o STF, que ficará à frente do acompanhamento do processo do impeachment no Senado, exija que seja julgado juridicamente.”
Rio de Janeiro
No Rio, a manifestação contra Temer começou por volta de 10h30, nas imediações da igreja da Candelária, no centro da cidade. O ato reuniu organizações sociais e sindicais, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União da Juventude Socialistas (UJS). Os deputados federais Chico Alencar (PSol-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também estão no local.
O protesto, intitulado “Temer, jamais: resistir nas ruas por direitos”, foi convocado pelas redes sociais. Os manifestantes sairão em marcha até o Palácio Capanema, sede do Ministério da Educação e de órgão do Ministério da Cultura no Rio, onde artistas e ativistas do setor cultural fazem uma ocupação.
Segundo Vitor Guimarães, coordenador do MTST no Rio e integrante da frente Povo Sem Medo, que reúne cerca de 30 movimentos sociais, há mobilizações também em São Paulo, Pernambuco e Minas Gerais. “Em uma semana, eles (o governo Temer) foram capazes de retroceder 30 anos em direitos civis”, afirmou Guimarães, na concentração do protesto.
Em discurso, o deputado Chico Alencar disse que a sigla do VLT deveria ser lido ao contrário: “trabalhador na luta vence”. “Fora, Temer, farsante e golpista”, disse Alencar ao microfone do carro de som contratado pelos organizadores do ato. Tanto Alencar quanto Jandira foram aplaudidos pelos manifestantes ao terem seus nomes anunciados. (Com informações da Agência Estado)