Brasil e EUA reconhecem Juan Guaidó como presidente da Venezuela
Segundo nota divulgada pelo Itamaraty, líder oposicionista terá apoio político e econômico do governo brasileiro
atualizado
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O Brasil formalizou na tarde desta quarta-feira (23/1) o reconhecimento a Juan Guaidó como presidente encarregado (equivalente a interino) da Venezuela. O anúncio foi feito por meio de nota divulgada pelo Itamaraty. Além do Brasil, Estados Unidos, Canadá e Argentina estão entre os países que já reconheceram nesta quarta o jovem opositor como presidente de fato do país latino-americano.
Segundo o texto do governo brasileiro, a condução de Guaidó, atual presidente da Assembleia Nacional do país, ao comando da nação é avalizado pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano.
No Twitter, o presidente Jair Bolsonaro confirmou o posicionamento do Brasil sobre o reconhecimento de Guaidó no comando do país vizinho. “O Brasil apoiará política e economicamente o processo de transição para que a democracia e a paz social retornem à Venezuela”, disse, reproduzindo parte do texto divulgado pelo Itamaraty. A mensagem foi postada em português e inglês.
Mr. Guaidó, President of the Venezuelan National Assembly, assumed the functions of President in charge of Venezuela according to the Constitution of that country, as endorsed by the Supreme Court of Justice.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 23, 2019
Brazil recognizes Mr. Juan Guaidó as President in charge of Venezuela.
Brazil will politically and economically support the transition process in order for democracy and social peace return to Venezuela.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 23, 2019
Nesta quarta, ocorrem manifestações em todo o país exigindo que o presidente em segundo mandato, Nicolás Maduro, renuncie ao cargo. Sua nova gestão não é reconhecida pela Organização dos Estados Americanos (OEA), países vizinhos nem outras nações, especialmente os Estados Unidos.
Durante as manifestações, o líder opositor Juan Guaidó se declarou presidente interino da Venezuela. Ele também preside a Assembleia Nacional do país latino-americano, que, semana passada, declarou Maduro “usurpador“.
“Hoje, 23 de janeiro de 2019, em minha condição de presidente da Assembleia Nacional, ante Deus todo-poderoso e a Venezuela, juro assumir formalmente as competências do Executivo nacional como presidente em exercício da Venezuela”, disse Guaidó. Antes do juramento, Guaidó reiterou a promessa de anistia aos militares que abandonarem Maduro e apelou para que fiquem “do lado do povo”.
A Constituição me dá legitimidade para exercer o cargo da Presidência da República, para convocar eleições, mas preciso do apoio dos cidadãos para tornar isso uma realidade
Juan Guaidó, ao se declarar presidente interino da Venezuela
Segundo ele, é preciso reagir à “usurpação” do poder por parte do presidente da República, instaurar o governo de transição e eleições livres.
EUA também reconheceram
Os Estados Unidos também já reconheceram Guaidó como presidente venezuelano. Em comunicado, o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que, fazendo uso de seu posto “legítimo” eleito pelo povo venezuelano, a Assembleia Nacional invocou a Constituição local para declarar o presidente Nicolás Maduro como “ilegítimo”, o que deixaria a presidência vaga.
“O povo da Venezuela tem se pronunciado de modo corajoso contra Maduro e seu regime e exigido liberdade e o Estado de Direito”, afirma a nota divulgada também nesta tarde pela Casa Branca.
Depois, Canadá e Argentina divulgaram o reconhecimento da condução do país por Guaidó.