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Brasil poderia ter sido o primeiro país do mundo a vacinar, diz Covas

Diretor do Butantan afirmou que isso só não ocorreu por problemas regulatórios e contratuais, como impasses nas tratativas com a Saúde

atualizado

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Edilson Rodrigues/Agência Senado
Dimas Covas
1 de 1 Dimas Covas - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou, nesta quinta-feira (27/5), que o Brasil poderia ter sido o primeiro país do mundo a vacinar a população contra a Covid-19.

Segundo Covas, isso só não ocorreu por problemas regulatórios e contratuais, como os impasses nas tratativas para compra do imunizante pelo Ministério da Saúde.

Em dezembro de 2020, conforme informado por Covas à CPI da Covid, o Butantan já havia produzido 5 milhões de unidades do imunizante. “Nós já tínhamos as doses. O Brasil poderia ser o primeiro país do mundo a começar a vacinação, não fosse os percalços que nós tínhamos que enfrentar nesse período”, explicou.

Entre os “percalços” citados por Covas, está a desautorização do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para que o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, prosseguisse nas negociações para compra de doses do imunizante.

“No dia 20 de outubro, fui convidado pelo então ministro da Saúde para uma cerimônia no Ministério da Saúde, onde a vacina seria anunciada como a ‘vacina do Brasil’. A partir desse ponto, é notório que houve uma inflexão – e eu digo isso porque, no final da reunião, no outro dia de manhã, na qual haveria conversações, infelizmente, as negociações não prosseguiram, porque houve uma manifestação do presidente da República dizendo que a vacina não seria, de fato, incorporada. Isso causa frustração da nossa parte”, explicou.

CPI da Covid

Dimas Covas é o décimo depoente do colegiado. Antes dele, a comissão parlamentar ouviu a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro.

Os senadores já ouviram os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello, além do atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.

O ex-chanceler Ernesto Araújo, o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, também prestaram depoimento.

A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas, com o desabastecimento de oxigênio hospitalar, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.

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