Brasil piora três posições em ranking mundial da corrupção
Segundo a ONG Transparência Internacional, já são reconhecidos no mundo os esforços do país no combate a esse tipo de crime
atualizado
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Em 2016, o Brasil caiu três posições em relação a 2015 no ranking da percepção mundial da corrupção, divulgado nesta quarta-feira (25/1) pela ONG Transparência Internacional. Em 79º lugar, o país está entre os que sofreram maior queda nos últimos cinco anos.
Para a ONG, os casos de corrupção que vêm sendo revelados no Brasil — principalmente o investigado na Operação Lava Jato — tiveram influência na piora da percepção em relação ao país. Por outro lado, segundo a Transparência, já são reconhecidos no mundo os esforços do Brasil no combate à corrupção.
Para Brandão, o país tem demonstrado que “está levando a sério” o combate à corrupção com os exemplos dados pelo trabalho da força-tarefa da Lava Jato e de outras operações, como a Zelotes e a Acrônimo.“Isso (casos de corrupção) acabou afetando a imagem e percepção do Brasil, o que é normal acontecer quando um país começa a desvendar esses grandes esquemas. Mas, ao mesmo tempo, pode ser um sinal de mudança, de que o país começou a confrontar o problema”, afirmou o representante da Transparência Internacional no Brasil, Bruno Brandão.
O levantamento feito anualmente pela ONG leva em conta um compilado de indicadores de 13 instituições, como o Banco Mundial, que resulta em uma pontuação para cada país.
Pontos
No balanço de 2016, o Brasil ficou com 40 pontos (a escala do índice vai de 0 a 100), empatado com China, Índia e Belarus. Já a Nova Zelândia, que obteve 90 pontos, ficou em primeiro lugar no ranking.
Em 2015, o país somou 38 pontos, o que, de acordo com Brandão, indica que a percepção sobre a corrupção no país se manteve estável. Ainda segundo ele, de 2015 para 2016 outros países podem ter conseguido um desempenho melhor e, por isso, superaram o Brasil no ranking.
Outro fator que pode ajudar a explicar a queda, afirmou o representante da ONG, é a inclusão de oito países no levantamento de 2016. Ao todo, 69% dos 176 países que aparecem no ranking ficaram com uma pontuação abaixo de 50. Para a entidade, isso mostra como a corrupção no setor público é um fenômeno que se espalha pelo mundo.
Além disso, informou a Transparência Internacional, no ranking de 2016 mais países perderam do que ganharam pontos no quesito “Indicando a necessidade de medidas urgentes”.
Populismo
No levantamento deste ano, a ONG também destacou a preocupação com o surgimento de políticos “populistas” na esteira da descrença da população de vários países com o sistema político. Segundo a entidade, a combinação entre a corrupção e a desigualdade social acaba reforçando esse sentimento no povo.